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Contra a insensatez

JB, Opiniao, p.A12
20 de Fev de 2005

Contra a insensatez

Apesar da cautela que o cerca, o Protocolo de Kyoto, em vigor desde a última quarta-feira, constitui um passo histórico da racionalidade e da cooperação contra a insensatez. Trata-se, afinal, de um raro exemplo de mobilização envolvendo governos e sociedades contra a autoflagelação global - neste caso, as emissões de gases tóxicos, que se transformaram num veneno depositado no ar que respiramos.
Segundo o Protocolo, entre 2008 e 2012, os 141 países signatários terão a missão de reduzir em 5% a quantidade de gás carbônico emitido. Pressupõe-se, assim, que começará uma fase importante de recuo crescente dos gases tóxicos, por meio de regras claras e transparentes, até que se atinjam níveis cada vez mais toleráveis de emissão.

Eis, portanto, um alento contra o aquecimento global - que, no padrão atual, traria conseqüências perturbadoras, como afirmam unanimemente organizações que lidam com o tema. A ONU, por exemplo, estima que as temperaturas médias no mundo podem subir entre 1,4oC e 5,8oC até 2100, o que provocaria a elevação do nível do mar e o alagamento de terras costeiras.

Estudiosos lamentam o fato de os EUA (que emitem mais de 25% do gás carbônico mundial) não terem assinado o Protocolo de Kyoto. De fato, há motivo para lamento. Convém lembrar, no entanto, que as leis domésticas americanas evidenciam que o país está preocupado com os níveis de poluição. Será um caminho inevitável: a própria atuação interna fará os EUA aderirem ao Protocolo. E estarão alinhados ao esforço global de limpeza.

JB, 20/02/2005, Opinião, p.A12

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