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Continua impasse entre índios e Ibama

Jornal do Tocantins-Palmas-TO
Autor: Val Rodrigues
22 de Set de 2005

Personagens de constantes conflitos envolvendo o meio ambiente, os povos indígenas do Norte da Ilha do Bananal agora lutam pelo direito de alugar as terras para a cria temporária de gado de propriedade de fazendeiros da Região. Eles alegam que a renda adquirida com o aluguel é um complemento na renda das aldeias para a subsistência das famílias indígenas. A retirada do gado está determinada pela justiça desde a semana passada, mas eles pedem que o prazo seja estendido até dezembro.

Segundo o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), existem cerca de 100 mil cabeças de gado na Ilha, sendo 30 mil na região Norte da ilha, onde vivem indígenas das etnias Javaé e Karajá. Desde a última sexta-feira, cerca de 45 indígenas vigiam um helicóptero, PT - IMH de cor amarela, do Ibama, que na ilha. Eles ameaçam queimar o helicóptero, caso não haja negociação com o Ibama como vêm solicitando há alguns dias, como informou um dos responsáveis pela guarda do helicóptero, Manoel Mahalani Karajá, da aldeia Boto Velho.

Na última terça-feira, o órgão não enviou representantes à reunião, previamente marcada na Lagoa da Confusão, a cerca de 150 quilômetros de Palmas. Estiveram presentes o cacique da tribo Boto Velho Wagner Javaé, o administrador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), Euclides Dias Lopes, de Gurupi e o procurador do Ministério Público Federal, Álvaro Manzano.

Eles acusam o órgão de descaso nesta e em outras questões indígenas. Eles reivindicam ainda, a liberação de instalação de uma rede de energia elétrica embargada pelo Ibama ainda no final do ano passado. Para o cacique Walter Wazurri, da aldeia Txiode, a comunidade indígena quer a certeza de que os projetos indígenas saiam do papel e aconteçam na prática.

Da aldeia Boto Velho, o cacique Wagner Javaé que negocia em nome dos índios, disse que a presença do gado tem ajudado na renda das comunidades.

O gerente executivo do Ibama, Natal Demori, não acredita que os índios queimarão o helicóptero, pois já foi proposto um diálogo entre as partes, que acontecerá hoje, às 10 horas, no Ministério Público Federal, para tratar da questão.

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