Diário Catarinense-Florianópolis-SC
Autor: DARCI DEBONA
11 de Jul de 2003
O Consórcio Foz do Chapecó, responsável pela construção da usina homônima no Rio Uruguai, entre Alpestre (RS) e Águas de Chapecó (SC), iniciou a indenização das terras da futura área indígena da Aldeia Kondá, em Chapecó.
O administrador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), Antônio Marini, disse que o contrato de concessão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), prevê a compra de 1,5 mil hectares pelo Consórcio para a área indígena. O restante dos 2,3 mil hectares fica a cargo da Funai, que já comprou 300 hectares.
Cerca de 70 famílias de agricultores moram nas localidades de Gramadinho, Praia Bonita e Lajeado Veríssimo, onde será criada a aldeia. O diretor adjunto do Consórcio Foz do Chapecó, Walter Zer dos Anjos, disse que somente ontem foi fechada a negociação com três propriedades. O consórcio já acertou a compra de 10 propriedades, totalizando 125 hectares.
No entanto, algumas escrituras devem ser regularizadas. Uma área de 12,5 hectares, de Erwing Egger, pode ser escriturada ainda hoje. Ele deve receber cerca de R$ 120 mil pela terra, casa e o armazém. A filha, Rosangela Egger, informou que a família ainda não sabe o que fazer com o dinheiro, mas provavelmente ela, o pai e o irmão vão morar na cidade.
Prazo até dezembro para concluir negociações
Zer dos Anjos disse que está dando um prazo de 90 dias para as famílias buscarem outro local. Depois, a área será repassada para a Funai. Mas algumas famílias estão reivindicando valores bem acima do proposto pela empresa. Tiago Marca disse que recebeu uma proposta de R$ 270 mil pela área de 86 hectares, duas casas e galpão. No entanto, a exigência é de R$ 900 mil. O consórcio tem até dezembro para concluir as negociações.
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