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Congresso de Educação Indígena busca valorizar a cultura das comunidades

Folha de Boa Vista
29 de Mai de 2008

Os 28 professores municipais que trabalham com educação indígena estão reunidos desde ontem no Museu Integrado de Roraima, para o I Congresso Municipal de Educação Indígena. O evento segue até amanhã, com oito palestras, oficinas pedagógicas, mostra de vídeos e documentários. Os tuxauas de cada comunidade também participam do evento.

De acordo com a coordenadora de Educação Ambiental e Indígena da Secretaria Municipal de Educação, Cristiana Vicente Nunes, o objetivo do congresso é promover a atualização, a integração e a socialização dos professores indígenas e dos líderes das comunidades (tuxauas) com temas voltados ao fortalecimento do processo de ensino e aprendizagem.

"Hoje o nosso maior desafio é resgatar e revitalizar a cultura de cada comunidade", disse Cristina. Ela explicou ainda que hoje, pelo menos duas vezes por semana, os alunos têm aulas da língua materna que é ministrada por indígenas mais velhos que moram na comunidade. As duas línguas tradicionais da região são Macuxi e Wapixana. "As aulas são ministradas por pessoas que dominam a oralidade da língua e também a escrita", disse.

Os temas das palestras e demais atividades são variados: nutrição, valorização pessoal, prevenção de doenças e atividades culturais.

Um dos participantes do congresso é o professor Rivelino Pereira, que dá aulas na Comunidade do Morcego, a 60 km de Boa Vista, sentido BR-174. Na escola Martins Pereira há 1 ano e meio, ele disse estar aprendendo bastante com a nova experiência. Ele é de Minas Gerais e diz que o choque de culturas é bastante enriquecedor. E vê como positiva a iniciativa de realizar o

Congresso. "É uma oportunidade de aprender e melhorar o trabalho na prática".

Hoje o município tem 14 escolas de educação indígena na região de São Marcos e Passarão, com aproximadamente 300 alunos. A escola mais distante fica a 102 km de Boa Vista.

PESQUISA - A coordenação de Educação Ambiental e Indígena está buscando informações nessas comunidades para fazer um diagnóstico aprofundado de cada localidade. Eles querem saber a origem, localização, perfil dos moradores, população, além de informações sobre o sistema educacional. Tudo para elaborar uma proposta pedagógica embasada, que vai nortear a educação indígena no município.

"Só faltam três comunidades serem visitadas para que possamos concluir o diagnóstico", explicou Cristina. Depois de terminado o trabalho de coleta de informações, será redigido um documento oficial sobre educação indígena, que vai passar por várias etapas de discussão até sua aprovação no Conselho Municipal de Educação Indígena.

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