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Conflito de índios e madeireiros no MT ainda não foi esclarecido

24horas News-Cuiabá-MT
26 de Ago de 2002

Os índios Kaiabis não liberaram as camionetes e moto-serras que estavam com o grupo de trabalhadores que foi detido, segunda-feira passada, sob acusação de estarem retirando madeira do Parque do Xingú, no Nortão.

Os trabalhadores e um empresário, que são de Santa Carmem, Feliz Natal e Sinop, foram detidos e levados para o Posto de Vigilância da Funai que fica a aproximadamente 40 km de União do Sul. Walter Golo, Rudimar Golo, Cirineu Walker, Paulo Cesar da Silva, José Aparecido Martins, Eugênio Ribeiro, Airton e Serafnim foram liberados na sexta-feira à noite. Eles não foram mal tratados, mas estavam, emocionalmente, abalados.

Só Notícias ouviu, agora há pouco, um técnico ambiental do Ibama que participou das negociações, juntamente com um técnico da Funai, no Parque do Xingú, para liberação do grupo. "Eles disseram que apreenderam as camionetes, moto-serras, caminhão e pegaram as pessoas porque elas estariam em suas terras. Isso ainda não foi confirmado. Estamos esperando a chegada de um técnico de medição fundiária, que deve chegar hoje ou amanhã, para fazer um levantamento na área e dar um parecer exato", revelou. "No momento, não é possível afirmar se houve invasão do grupo nas terras indígenas ou se os índios foram arbitrários e saíram das suas terras, fazendo as apreensões", acrescentou. O local onde eles trabalhavam fica próximo da divisa da fazenda com o parque.

O técnico relatou que as negociações foram delicadas. "Os índios que cuidavam dos reféns diziam que a decisão de liberar os trabalhadores era dos caciques, na aldeia central no Xingú, e isso atrasou muito a busca de um consenso. Não ficou clara a reivindicação dos índios. Eles ainda estão retendo camionetes e moto-serras do grupo que extraía madeira", disse.

As camionetes (F-250, D-20 e duas F-4.000) mais de 20 moto-serras e uma moto CG 125 estão em uma fazenda às margens do rio Arráia, na divisa com o parque. O grupo foi liberado e retornou para União do Sul e, depois, Sinop, em um caminhão que eles tinham apreendido.

Os empresários que se dizem "vítimas dos índios" informaram hoje que estão providenciando documentos para provar que estavam trabalhando na fazenda e com projeto de Manejo Sustentado, como exige o Ibama, para retirada de madeira.

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