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18 de Jul de 2008
Os participantes da 1ª Conferência Internacional de Manejo Florestal Comunitário estiveram realizando um trabalho de campo para conhecer as experiências de manejo florestal no Acre. Divididos em quatro grupos, os conferencistas puderam conhecer o Seringal Cachoeira, onde vivem 85 famílias de extrativistas das quais a metade atua diretamente com o manejo de produtos madeireiros e não madeireiros, como castanha e borracha.
Os grupos visitaram a Fábrica de Pisos e a Preservativos Natex, indústrias implantadas pelo Governo do Estado em Xapuri, geridos por uma parceria que envolve o setor público, a iniciativa privada e comunidades, no caso do primeiro. A indústria de preservativos será gerenciada pelo Governo e organizações representativas da comunidade.
O Seringal Cachoeira é o lugar onde viveu e trabalhou o ecologista Chico Mendes. A área tornou-se o primeiro manejo comunitário a receber Selo Verde da Forest Stewardship Council (FSC), organização internacional para a certificação madeireira. São 24 mil hectares usados para a produção de madeira, além de outras atividades florestais. A área é administrada pela Associação de Moradores da Reserva Chico Mendes. Os extratores vendem o líquido da seringueira para a fábrica de preservativos e a madeira para a fábrica de pisos. Com o látex, estão faturando cerca de R$25 ao dia, extraindo entre 15 e 20 litros ao dia. O líquido recebe um produto químico para não coagular.
A Natex custou R$30 milhões ao Governo do Acre, incluindo os investimentos efetivados nas comunidades com a capacitação dos extratores, aquisição de kits para coleta, melhoria de ramais, entre outros. As famílias também devem ajudar a administrar a Pousada Ecológica, que incentiva o ecoturismo na região. Esta é uma experiência que mudou muito a vida das pessoas nesta região, avaliou Nilson Mendes, diretor da associação de moradores. Ao ano, cada família está obtendo média de R$3 mil apenas com o manejo da madeira.
A pousada está localizada na Colocação Fazendinha, sede do Cachoeira e é composta de chalés no meio da mata. A consciência das pessoas evoluiu muito nos últimos anos com o surgimento da reserva, disse um dos líderes da comunidade, Antônio Teixeira Mendes.
Estou gostando dessas experiências. São diferentes das nossas porém com o mesmo propósito, que é o de melhorar a vida da comunidade, avaliou Anísio Antônio, da Associação de Rendeiros e Pequenos Agricultores de Brejinho, no alto sertão de Pernambuco. Essa comunidade trabalha com criação de bode e manejo florestal baseado na produção de carvão vegetal.
A conferência terá seguimento nesta quinta-feira na Usina de Arte João Donato, com debates e palestras acerca de diversos temas.
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