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Comunidades tradicionais em dia com seu tempo

Agencia Ambiental Pick-Upau
20 de Jan de 2006

Comunidades tradicionais em dia com seu tempo

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Janeiro de 2006

20/01/2006 - ISA lança o livro Gestão de associações no dia-a-dia para facilitar a organização de comunidades rurais, indígenas, quilombolas ou mesmo da periferia de grandes cidades em associações para buscar a garantia de seus direitos e alternativas de geração de renda.
O desafio de se relacionar com o fazendeiro vizinho, o comerciante da cidade mais próxima, ter acesso aos programas governamentais e aos diferentes mercados para seus produtos está cada vez mais presente na vida de comunidades rurais, indígenas e quilombolas no Brasil. Surge, ao mesmo tempo, a necessidade destas comunidades se organizarem e formarem associações que possam representá-las legal e formalmente na realização de atividades econômicas e na garantia de seus direitos constitucionais. Para ajudá-las nesse passo o Instituto Socioambiental (ISA) lançou no final de dezembro o livro Gestão de associações no dia-a-dia, com dicas e orientações sobre o funcionamento de uma associação, o planejamento de atividades, captação e gestão de recursos, prestação de contas e avaliação dos resultados alcançados.

Livro apresenta comunidade fictícia para falar de situações reais
Escrito pelo cientista social José Strabeli, do Projeto de Capacitação em Gestão do ISA, o livro conta em 144 páginas a estória de uma fictícia comunidade de 87 famílias chamada "Morro Alto" que por muitos anos viveu praticamente isolada do resto do mundo, sobrevivendo da roça, da pesca e que raramente ia à cidade mais próxima trocar peças de artesanato por itens básicos como sabão, vela e sal.
Diz a estória que a comunidade decidiu criar uma associação quando "a situação estava ficando muito diferente dos tempos antigos. Abriram estrada, tinha cidade perto, muitas pessoas tinham comprado sitio ou fazenda ao redor da terra da comunidade. Doenças que eles não tinham começaram a aparecer e não conseguiam curar com as plantas que conheciam. O comércio na cidade não aceitava mais só palavra como antes, sempre pediam documentos. Apareceram leis e programas do governo que tratavam sobre a situação deles e precisam conhecer, discutir com a prefeitura, estado e outras organizações da sociedade."
A partir desse enredo de ficção, o livro conta por meio de situações concretas e diálogos entre seus "diretores, assessores e pessoas da comunidade" como a nova associação se organizou, abriu uma conta bancária, contratou um contador e organizou seu arquivo. Relata ainda de que forma seus integrantes fizeram um diagnóstico dos principais problemas locais, planejaram suas atividades, elaboraram um projeto, negociaram e assinaram um contrato. Para isso, indica uma série de etapas a ser cumprida por quem deseja ter uma associação forte e capaz de lidar com os problemas atuais. Aponta, por exemplo, que o primeiro passo é estabelecer um diálogo entre todos os membros da comunidade para que a realidade local seja bem dimensionada e as necessidades das famílias e os direitos coletivos sejam percebidos por todos.
O passo-a-passo para uma associação
Em seguida, a publicação descreve a forma da comunidade descobrir suas potencialidades e as oportunidades de trabalho para sanar as carências antes levantadas. É neste momento que se faz necessária a captação de recursos, ponto fundamental para a "aventura" ser bem-sucedida. A terceira parte do livro aborda a questão da gestão dos recursos angariados para que os objetivos comuns sejam atingidos, como se organizar internamente, fazer os controles necessários e organizar os documentos. O passo seguinte trata da elaboração de um projeto, a busca por recursos, a implementação e o monitoramento das atividades, a avaliação dos resultados e a prestação de contas.
O exemplo da comunidade Morro Alto funciona como uma ilustração-síntese da própria experiência do autor, que há quatro anos trabalha assessorando as organizações parceiras do ISA nas regiões do Rio Negro (AM), Parque Indígena do Xingu (MT) e Vale do Ribeira (SP). O Projeto Capacitação em Gestão se dedica ao fortalecimento institucional destas associações, para que elas possam, cada vez mais, desempenhar seu papel estratégico na interlocução dos povos indígenas e populações tradicionais com a sociedade envolvente, principalmente do que se refere às ações que visam sua sustentabilidade.
O recém-lançado livro, que contou com o financiamento da Norad (Agência Norueguesa para Cooperação Internacional), organização parceira do ISA, também deve contribuir para que estes objetivos sejam atingidos. Quase metade de sua tiragem inicial foi enviada para associações indígenas do Rio Negro (250 exemplares), associações indígenas do Xingu (50), associações indígenas cadastradas no banco de dados do ISA (210), associações de produtores rurais na região do Xingu, associações quilombolas do Vale do Ribeira, entre outras. Os volumes restantes estão à venda por R$ 15,00 na loja virtual do ISA.

Fonte: ISA - Instituto Socioambiental (www.isa.org.br)
Assessoria de imprensa

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Agencia Ambiental Pick-Upau, 20/01/2006

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