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Autor: Renato Souza
02 de Jul de 2020
Estudo inédito aponta condições socioeconômicas de integrantes das comunidades quilombolas da Amazônia
Uma pesquisa que envolve 107 comunidades em 6 estados brasileiros traçou o perfil socioeconômico dos quilombolas que vivem nestas regiões. A intenção do estudo é nortear reivindicações de direitos e a promoção de políticas públicas neste público.
De acordo com um trecho do estudo, no qual o Correio teve acesso, 37% das famílias quilombolas tem um membro morando fora da comunidade, o que aponta um cenário de evasão dos integrantes para as grandes cidades do país. Destes, a maioria sai para trabalhar, estudar, ou ambas as coisas.
Os levantamentos dos dados e as análises do material coletado foram realizados pelas próprias comunidades, com o auxílio de uma equipe técnica formada por geógrafos, historiadores e especialistas em análise de dados. A iniciativa surgiu da parceria entre Ecam, da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), do Google Earth Solidário e da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
O estudo completo, com dados mais aprofundados será apresentado em um evento online transmitido pela página no Facebook da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq - https://www.facebook.com/conaquilombos/), às 15 horas desta quinta-feira (2/7).
O estudo foi realizado no Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Tocantins, que fazem parte da Amazônia Legal. A pesquisa contou com a participação da geógrafa e mestre em Gestão Ambiental e Territorial, Meline Machado, coordenadora dos projetos "Programas Novas Tecnologias e Povos Tradicionais" e "Compartilhando Mundos" da Ecam. "Precisamos entender melhor as diferentes realidades das comunidades tradicionais da Amazônia. Cada uma delas possui especificidades e, ouvi-las, permite pensar em como melhor apoiá-las no seu desenvolvimento sustentável e autônomo", disse Meline.
As informações também podem auxiliar no combate a pandemia de coronavírus, que também afeta os quilombolas e ameaça esses povos. "Assim, é possível que comunidades tenham mais conhecimento sobre sua atual situação, podendo apoiar também na reivindicação de direitos", ressalta Meline.
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