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Comunidades indígenas usam cinema para resgatar cultura

O Radical
07 de Jan de 2008

Meio Ambiente - Um ritual indígena de reconquista faz parte do filme que explica por que o pequi tem cheiro forte, segundo a lenda Kuikuro, povo do Alto Xingu. A trama do curtametragem Imbé Gikegü - Cheiro de Pequi tem traição, assassinato e romance. Tudo com muito humor, já que o cheiro viria do sexo da mulher. Esse foi um dos vídeos apresentados aos participantes da nona edição dos Jogos dos Povos Indígenas, em Olinda (PE).
O curta levou um ano para ficar pronto e foi produzido por participantes de uma oficina da organização não-governamental (ONG) Vídeo nas Aldeias para o projeto Documenta Kuikuro, em que a tecnologia é utilizada para manter a cultura.
A festa do pequi foi escolhida porque ocorreu simultaneamente ao curso, que ocorreu em setembro. Segundo um dos diretores do filme, Maricá Kuikuro, a idéia do projeto de documentação é guardar as tradições para as próximas gerações, mas sob o olhar dos próprios índios. "A preocupação do cacique era perder tudo isso", disse. O projeto Documenta Kuikuro é coordenado pelos índios e pelos antropólogos Carlos Fausto e Bruna Franchetto do Museu Nacional do Rio de Janeiro.
A documentarista Mari Corrêa, dirigente da ONG Vídeo nas Aldeias, avalia que o projeto tem duas dimensões: a documentação e a dinamização da cultura. "A oficina gera uma dinâmica no momento, não no futuro. Com as filmagens, entrevistas e depoimentos, esse assunto da tradição, da transmissão do saber, vem à tona e todos começam a se interessar", explicou. O projeto também é realizado com outros 15 povos.

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