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Comunidade Xokleng sofre atentado a tiros no Vale do Itajaí

Maruim http://maruim.org/
03 de Abr de 2018

A comunidade Laklãnõ/Xokleng, situada no município de Doutor Pedrinho, no Alto Vale do Itajaí, foi vítima de um atentado a tiros na última quinta-feira (22) por um morador vizinho à Terra Indígena Ibirama-Laklãnõ. O homem disparou com arma de fogo na direção de mulheres e crianças que estavam na Aldeia Bugio, uma das oito aldeias da etnia Laklãnõ/Xokleng que compõem o território.

Segundo o vice-cacique, Canan Tschucambang, a comunidade deteve o autor dos disparos e sua esposa até a chegada da Polícia Federal, que apareceu no dia seguinte. Ninguém ficou ferido, e foi registrado um Boletim de Ocorrência na delegacia de José Boiteux alegando tentativa de homicídio.

A T. I. Ibirama-Laklãnõ foi delimitada em agosto de 2003, no entanto, aguarda há anos a homologação, que é o último passo necessário para a Funai registrar uma área reconhecida como território indígena. Canan destaca que, enquanto isso não acontece, as 190 famílias que residem na Aldeia Bugio foram instruídas pela própria Funai a ocupar o espaço onde houve a ocorrência. Em seu site, o órgão diz que "a demarcação não foi efetivada em decorrência de pressões políticas da cidade localizada no entorno."

O vice-cacique conta que esse tipo de situação não é um caso isolado, e que é comum os indígenas ouvirem ameaças e xingamentos por parte de vizinhos que atiram para o alto como forma de intimidação. A comunidade alega viver em constante estado de alerta, principalmente após o assassinato do professor e líder Laklãnõ/Xokleng, Marcondes Namblá, também residente da T.I. Ibirama-Laklãnõ, que foi espancado e morto a pauladas no município de Penha, no litoral catarinense, na madrugada de 1o de janeiro deste ano.

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