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Comunidade quilombola cobra melhorias

Jornal do Dia- http://www.jornaldodiase.com.br/
Autor: Kátia Azevedo
23 de Abr de 2014

No dia 13 de maio a comunidade quilombola Alagamar, localizada na cidade de Pirambu, reunirá várias representações do poder público para cobrar melhorias para o assentamento onde hoje moram cerca de 600 famílias remanescentes de quilombolas.

A reunião será realizada às 9h, na Escola Municipal 15 de Novembro. O objetivo é discutir os impactos ambientais e a aplicação de medidas compensatórias referentes à construção da rodovia SE-100 e outras políticas públicas na comunidade.

O presidente da Associação do Território da Comunidade Remanescente de Quilombo Alagamar, Francisco dos Santos, informa que diversos órgãos foram convidados para participar do debate, a exemplo do Departamento de Estradas e Rodagem (DER), Adema, Ministérios Públicos Estadual e Federal, Incra, Prefeitura de Pirambu, Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Secretaria Municipal de Educação, SPU, além de representantes da empresa que será contratada para elaboração da obra, Energisa, Deso, Petrobras, CRAS, Secretaria Municipal da Cultura, Turismo, Obras, Assistência Social, Câmara de Vereadores e Secretaria de Estado da Agricultura.

"A nossa preocupação é que a obra da rodovia venha a prejudicar a área ambiental. Também queremos a garantia de acesso ao assentamento. A gente quer melhorias como saneamento, infraestrutura e ofertas de serviços, enfim política pública que beneficie a comunidade", diz Francisco dos Santos.

De acordo com ele, o assentamento enfrenta grandes problemas por falta de politicas públicas que incentivem a produção local da mangaba. Além disso, a comunidade cobra ações públicas que garantam serviços de educação, transporte e cursos profissionalizantes para os moradores dos assentamentos.

Outra reclamação é a falta de iluminação pública em várias áreas da comunidade. As famílias cobram ainda melhoria na rede de abastecimento de energia nas residências. "Outra situação é que no único posto de saúde da comunidade não tem médico. Também a gente quer o incentivo da agricultura familiar", ressalta.

A psicopedagoga, gestora ambiental e presidente da Federação das Associações do Baixo São Francisco e Vale do Cotinguiba, Maria das Graças Santos, destaca que embora haja uma boa produção da mangaba no assentamento, a comunidade enfrenta problemas para o escoamento e comercialização da fruta.

Ela ressalta a importância da preservação do cultivo da mangaba para a população do assentamento Alagamar. "Os quilombolas mantêm tradições culturais, de subsistência e religiosas ao longo dos séculos. E uma das funções do poder público é formalizar a existência destas comunidades, assessorá-las juridicamente e desenvolver projetos, programas e políticas públicas de acesso à cidadania", enfatiza. Ela também citou a importância de incentivo à piscicultura como uma maneira de fortalecimento da economia local.

O povoado também é conhecido pela produção de artesanatos feitos exclusivamente da palha de ouricuri, como o abajur, chapéus, bolsas, porta-panos de pratos, abafador de bolos, bandejas, pastas, dentre outros.
A construção de casas populares pelo Programa Nacional de Habitação Rural é outra pauta que vem sendo discutida pela comunidade quilombola.

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