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Comunidade muda de opinião sobre parque após participar da elaboração do plano de manejo

ICMBio - www.icmbio.gov.br
Autor: Sandra Tavares
18 de Nov de 2010

Afinal, o que é e para que serve um parque nacional? Área "ociosa" que poderia muito bem virar lavoura, pasto para gado e moradia para pessoas. Esse raciocínio imperou por muito tempo entre as comunidades do entorno do Parque Nacional das Araucárias, unidade de conservação gerida pelo Instituto Chico Mendes em Santa Catarina. Felizmente, essa mentalidade mudou.

E a mudança veio com a participação das pessoas na elaboração do plano de manejo, documento que define as regras de uso da unidade, recentemente concluído. Durante o processo, os moradores da região receberam informações sobre a importância do parque e os objetivos de sua conservação.

"Antes, havia muita desconfiança, desinformação e ressentimento. Mas, ao longo do processo, as pessoas e instituições puderam conhecer a unidade e hoje já fazem parte do conselho consultivo, cuja portaria também saiu este ano", destaca o chefe do parque Juliano Rodrigues Oliveira.

O plano de manejo traz, entre outras coisas, levantamentos sobre a flora e a fauna (mamíferos, anfíbios, invertebrados aquáticos e aves), situação socioeconômica da região, potencial para atividades de uso público, como o ecoturismo, além de informações sobre clima, geologia, geomorfologia, solos e hidrografia.

O envolvimento da comunidade na elaboração do plano se deu tanto na coleta de dados em campo, quanto na organização de atividades como reuniões públicas e assessoramento técnico científico.

REGULARIZAÇÃO - Além da falta de regularização fundiária, o gestor enfrentou conflitos relacionados ao processo de criação da unidade e para a elaboração do plano de manejo. "Muitas informações errôneas circularam nas comunidades do entorno sobre o parque e no começo as pessoas rejeitaram a idéia de terem ao seu lado uma unidade de conservação protegendo um rico ecossistema, principalmente moradores da zona de amortecimento e proprietários de imóveis localizadas no interior do parque", explica Juliano.

A partir dos dados coletados foram definidos os objetivos da unidade, as normas gerais para o manejo da UC, o seu zoneamento e zona de amortecimento. "O parque foi planejado por áreas de atuação em cinco programas temáticos: Proteção e Manejo, Pesquisa e Monitoramento, Visitação, Educação Ambiental e Gestão", diz o chefe.

Além desses, há um programa temático de Desenvolvimento Sustentável - especifico para zona de amortecimento e entorno do parque nacional. Agora, o grande desafio agora é colocar o plano de manejo em prática, o que requer investimentos.

Para isso, é preciso equipar o parque com mais recursos humanos, uma vez que continua com apenas um servidor lotado. "Sem mais servidores, as demais atividades do parque ficam prejudicadas, como fiscalização, educação ambiental, entre outras", frisa Juliano.

Entre os resultados alcançados relacionado com a elaboração do plano de manejo está a publicação da cartilha e vídeo "O Parque Nacional das Araucárias e a Estação Ecológica da Mata Preta - Unidades de Conservação da Mata Atlântica".

PROJETO - Proposto inicialmente pela ONG Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), o plano de manejo começou a ser pensado a partir do projeto "Elaboração dos Planos de Manejo da Estação Ecológica da Mata Preta e do Parque Nacional das Araucárias", apresentado ao MMA em abril de 2006.

"Os trabalhos começaram em julho de 2007, quando o parque ainda nem possuía servidor lotado. Durante a elaboração do plano, o parque recebeu um servidor. Outros servidores passaram a colaborar, em Florianópolis e em Brasília", explica Juliano.

Além da Apremavi e do ICMBio participaram da elaboração do plano de manejo diversas instituições da região, tais como prefeituras, universidades, sindicatos, associações de moradores e ONGs locais e regionais.Entre elas estão a Prefeitura Municipal de Ponte Serrada (SC); o TNC (The Nature Conservancy) Curitiba (PR); a Universidade Comunitária de Chapecó (UnoChapecó) e o Departamento de Botânica do Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Foram feitas visitas de reconhecimento de campo aos municípios que circundam a unidade, reuniões abertas com as comunidades localizadas na zona de amortecimento, entrevistas para o levantamento socioeconômico, entre outras.

"É preciso agradecer as pessoas que participaram e contribuíram para a elaboração do Plano de Manejo do Parque Nacional das Araucárias, especialmente a Apremavi, de quem partiu a iniciativa do projeto, aos financiadores, às instituições parceiras, aos moradores da zona de amortecimento do parque, aos proprietários de terras localizadas no interior da unidade e aos participantes das oficinas e reuniões comunitárias realizadas", reitera o chefe da unidade.

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