Comunidade isolada em Rondônia começa a gerar energia de óleo de Babaçu

Nas próximas semanas deve se estender a produção de energia e eletricidade em uma pequena reserva extrativista (Resex), no interior de Rondônia. Com o apoio de pesquisadores da Universidade Federal de Rondônia (Unir), a Resex do Rio do Ouro Preto, a 48 quilômetros de Guajará-Mirim (RO), está começando a disseminar a geração energia com óleo de babaçu produzido pela própria comunidade.
A uma distância de cerca de 40 quilômetros da rede pública de energia elétrica mais próxima, cerca de 110 famílias da reserva foram capacitadas para a produção do óleo e mais recentemente para a operação e gerenciamento dos equipamentos de geração e transferência de energia para um freezer e geladeira comunitários.
"O trabalho com a comunidade começou há três anos, mas somente há três meses começamos a gerar energia para que todos estivessem capacitados desde o início do processo e fossem completamente responsáveis por ele" explica Artur de Souza Moret do Grupo de Pesquisa Energia Renovável Sustentável da Universidade de Rondônia e coordenador do trabalho.
Moret explica também que além da geração de energia, o óleo de babaçu também vem sendo utilizado para a confecção de sabonetes e roupas. Toda a economia da reserva poderá ser beneficiada com a geração de energia uma vez que os alimentos, principais produtos da comunidade, poderão ser armazenados em maior quantidade e por mais tempo até sua comercialização em outros lugares.
"Além de capacitar para operar os equipamentos para a geração de energia, as pessoas também foram capacitadas no sentido de gerenciar a energia de uso comum, utilizando cobrança em espécie para a manutenção dos equipamentos" explica Moret, que defende que sem a capacitação esse trabalho nunca se sustentaria com o tempo.