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Comunidade indígena receberá novo prédio escolar no coração do Amazonas

Site da Funai e Fundescola
22 de Jul de 2002

Para se chegar ao município de Alvarães, onde habitam os índios Mayoruna, só de barco. Ele está situado no médio Solimões, no coração do Amazonas. É preciso navegar pelo Rio Solimões por uns três dias, partindo de Manaus/AM. É nesse município que o Fundescola está construindo uma nova escola para atender a comunidade indígena da região. Além dos Mayoruna, outras cinco etnias estão na zona rural de Alvarães. São os Kambeba, Miranha, Mura, Witoto e Isse. O novo prédio terá duas salas de aula, atenderá a 120 alunos estudantes e tem o custo estimado em R$ 335.855,08.

Mayoruna

Os índios da etnia Mayoruna chegaram há 29 anos a Alvarães e formaram a comunidade de Marajaí. "Somos filhos do Japurá", conta o tuxaua (cacique) Lourival dos Santos Oliveira, 62 anos. Segundo Lourival dos Santos, os Mayoruna, antes de ocuparem uma das ilhas de Alvarães, viviam à beira do Rio Japurá. "Saímos de lá por causa da água que estragava a roça", lamenta. Todos os anos a cena de repetia. As cheias do Japurá destruíam a plantação dos Mayoruna. "A água levava tudo", lembra a índia Ana Maria Grizostem dos Santos. A solução foi buscar novas terras para viver.

Mas a história dos Mayoruna é mais antiga do que isso e são poucos os que sabem contá-la. "Eles descendem dos Mayoruna que vivem na divisa do Brasil com o Peru, no Alto do Rio Javari, próximo ao município de Tabatinga", explica Inafran Bastos. Segundo o tuxaua Lourival dos Santos, os Mayoruna formam uma grande família. "Sou neto de uma índia Mayoruna peruana". Os Mayoruna de Alvarães perderam muito da cultura indígena. Nenhum deles sabe falar a língua materna. Os que sabiam já não estão vivos para contar a história. Nem mesmo o Lourival dos Santos, o mais antigo da comunidade, conhece a língua materna. "Eu não sabia que era índio e muito menos o que era Funai", confessa o líder.

Foi a partir do contato com o homem branco, depois que se mudaram para Alvarães, que os Mayoruna perceberam suas origens. No entanto, a língua materna já havia se perdido, pois os pais não passaram seus conhecimentos para os filhos. "A gente pensou que isso não tinha importância", confessa o tuxaua.
Embora tenham perdido parte de seus costumes, os Mayoruna ainda mantém a tradição das festas, como por exemplo, a festa dos peixes e a da colheita das frutas e também comemoram o Dia de Nossa Senhora de Nazaré, celebrado a cada 28 de agosto.

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