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Comunidade Indigena pede mais segurança em aldeia

Correio do Estado- Campo Grande-MS
04 de Jun de 2001

No Distrito de Taunay, situado a 55 quilômetros de Aquidauana, região que agrupa sete aldeias indígenas, entre elas as mais populosas, Lagoinha, Bananal, Ipegue e Água Branca, as condições de trabalho dos policiais militares são precárias. A denúncia é do vereador aquidauanense Valdomiro Wargas (PV), residente no distrito e único representante dos indígenas na Câmara Municipal.O vereador denunciou que a situação atual do posto da Polícia Militar requer um investimento urgente. Talvez o governo não tem dado importância à segurança aqui, porque foi o governo anterior quem implantou este policiamento, reclamou. De acordo com o parlamentar, os quase 10 mil habitantes da localidade estão revoltados com a situação. A principal reivindicação dos moradores é a aquisição de uma viatura equipada com aparelho de comunicação para facilitar as diligências que atualmente são efetuadas a pé. Torna-se impossível os militares desempenharem o policiamento com rapidez, apesar todo esforço dos três policiais, ressalta.ComunicaçãoO setor de comunicação é outro problema que a guarnição enfrenta. Para comunicar-se com a 3ª companhia da Polícia Militar em Aquidauana, os policiais utilizam um telefone público (orelhão) distante 50 metros do posto.O comandante da 3ª polícia militar em Aquidauana, Major Hilton Vilassanti, confirmou ao Correio do Estado as dificuldades encontradas pela guarnição no distrito. A falta de viatura dificulta até as ações da PM na cidade porque somos obrigados a deslocar uma guarnição daqui para buscar um preso no distrito. Segundo o major, a instalação de um telefone público nas dependências do posto policial resolveria o problema no setor de comunicação.Indígenas chegam às universidadesÍndios interessados recebem bolsa de estudos integral e contam com núcleo de múltiplas atividades de apoio ao aprendizadoDa SucursalDouradosDar ao índio condições para frequentar uma universidade. Essa era a proposta de um convênio de cooperação interinstitucional técnico-científico e cultural assinado em 1999 entre a Unigran de Dourados e a Funai. Esse convênio criou dois aditivos que já estão beneficiando a comunidade. O primeiro é uma bolsa de estudos integral para o acadêmico indígena e o segundo a implantação do núcleo de atividades múltiplas, sendo um na Aldeia Jaguapiru, com uma população de 3.415 índios, e outro na Bororó, que abriga 3.572 indígenas, conforme dados da Fundação Nacional de Saúde.O programa é denominado Paei(Programa de Apoio ao Estudante Indígena) e surgiu de um trabalho do curso de Arquitetura da Unigran que era de identificar o espaço da reserva indígena para criar recursos no processo de desenvolvimento e auto-sustentação. Ao mesmo tempo, promover o resgate da cultura dos guaranis, caiuás e terenas, dentro de seus diferentes costumes. A autora do projeto e professora do curso, Ana Cristina Yamashita, disse que foi mais de um ano de pesquisa para chegar até essas necessidades.Hoje o programa envolve todos os demais cursos da Unigran e transformou-se num trabalho de responsabilidade da universidade. São 79 acadêmicos indígenas distribuídos em 12 cursos, incluindo Direito, Arquitetura, Pedagogia, Ciências da Computação, Biomedicina, Administração Rural, entre outros. Os mais concorridos são os cursos de Direito e Pedagogia.BolsaO convênio de cooperação começou na verdade em 1997, quando os índios participaram do primeiro vestibular e envolvia a prefeitura, Funai e Unigran. Mas não funcionou como deveria e a universidade mudou todo o sistema, inclusive permitindo ao índio bolsista a reprovação sem perder o benefício. A universidade assumiu 50% do valor e a Funai outros 50%, sem nenhum custo para o acadêmico.Os benefícios do Paei são concedidos ao aluno durante o período de integralização curricular, previsto para o curso de graduação em que estiver matriculado, podendo ser prorrogado por mais um semestre letivo. O estudante indígena, de acordo com o programa, em contrapartida aos benefícios recebidos, participa em projetos de iniciação científica ou de extensão, sendo orientado a prestar também trabalho junto a sua comunidade.Com a possibilidade de frequentar uma universidade, de acordo com dados da Funai, cresceu o interesse dos índios de Dourados em concluir o ensino médio ou o segundo grau. Existe até mesmo uma parceria entre o núcleo do órgão e uma escola particular de supletivo, que está permitindo ao indígena concluir esse curso. Ontem a reserva ganhou uma extensão para o segundo grau da Escola Vilmar Vieira Matos, através de um projeto do deputado estadual Murilo Zauith (PSDB). Pelo menos 60 índios que hoje frequentam escolas fora da aldeia serão beneficiados.

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