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Comunidade Guarani está apreensiva

Diário Catarinense-Florianópolis-SC
25 de Jun de 2001

Do alto de um mirante no Morro dos Cavalos, os índios Guarani passam boa parte do dia contemplando a beleza do estuário que se forma junto à foz do Rio Massiambu e o intenso trânsito na BR-101, que corta a reserva índigena e destoa da tranqüilidade do lugar.
Agora, ao mesmo tempo em que a construção do túnel em suas terras provoca insegurança na comunidade, ela é o trunfo dos Guarani para a demarcação da reserva.
A insegurança é relatada em uma redação da estudante Juliana Gimenez, 12 anos, feita durante a aula de Língua Portuguesa na Escola Indígena Itaty. Tenho medo de quando as máquinas cavar o túnel. Acho que vai estragar nossa terra, escreveu a menina. De acordo com a professora da escola, Eliete Rodrigues, os alunos estão apreensivos com as notícias sobre a duplicação. A índia Maria Benite, 42 anos, também está preocupada.
Mesmo as garantias do cacique, Artur Benite, 59 anos, parecem não tranqüilizar a tribo. Ele destaca que as obras só vão iniciar quando a reserva estiver demarcada, com o acréscimo de uma área que vai até perto da Praia do Sonho. É a nossa chance para barganhar com o governo, disse.
A índia Nadir Moreira, 45 anos, nativa do Massiambu, acredita que mais uma vez serão enganados pelo governo. A gente vai brigar pela nossa terra, mas se o governo quiser construir a rodovia sem a demarcação ele dá um jeito.

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