CIR-Boa Vista-RR
14 de Jun de 2003
A visita de três dias ao estado de Roraima permitiu ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, conhecer, ver e ouvir todos os segmentos da sociedade roraimense. No dia 10 de junho, ele reuniu-se com o governador Flamarion Portela (PT), todos os deputados federais e estaduais, prefeitos e vereadores.
Flamarion Portela, em nome de todos os inimigos dos índios, camuflou seu discurso e passou a defender a "demarcação contínua, desde que, sejam excluídos a sede do município de Uiramutã, estradas, vilarejos, fazendas tituladas e áreas produtivas", ou seja, a demarcação em ilhas.
Aos políticos locais, Bastos, deixou claro estar bem informado sobre a Raposa Serra do Sol, comentou que havia lido toda a literatura da região e consultada mapas fornecidos pelo Sistema de Vigilância da Amazônia - Sivam. Porém, assegurou ter "limpado a cabeça" para evitar qualquer impressão pré-concebida e confessou que a decisão a ser tomada é uma "responsabilidade que faz tremer".
Mais da metade da agenda ministerial foi dedica aos indígenas gerando insatisfação à classe política. A comitiva esteve na aldeia Uiramutã, Maturuca, Serra do Sol e Raposa, além de sobrevoar toda a região de lavrados e serras.
O deputado federal, Rodolfo Pereira e a prefeitura de Normandia organizaram, na maloca da Raposa, um grupo de indígenas ligados ao governo estadual para se manifestarem contra a homologação da terra indígena. Representantes da Sociedade para o Desenvolvimento dos Índios Unidos de Roraima - Sodiur, entregaram a "Carta da Raposa", pedindo o reconhecimento da terra em forma de ilhas.
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