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Comitiva de Brasília é acusada de abandonar audiência e deixar indígenas sem resposta

Portal ORM - http://noticias.orm.com.br/
01 de Mai de 2013

O secretário substituto da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), Fernando Rocha, juntamente com comitiva vinda de Brasília, abandonou a audiência no Ministério Público Federal (MPF), realizada na última terça-feira (30), com cerca de 70 índios de diversas etnias, sem dar uma resposta definitiva sobre a continuidade no cargo da diretora do Distrito Sanitário Especial Indígena Guamá-Tocantins, Daniela Cavalcante. A saída de Daniela é a principal reivindicação dos índios para não ocupar mais a sede da Sesai, no centro de Belém, e a Casa de Saúde Indígena (Casai), do distrito de Icoaraci.

Depois de aproximadamente cinco horas de discussão, com momentos de exaltação, entre os líderes indígenas e os representantes da secretaria, Daniela e a comitiva de representantes aproveitaram o intervalo para sair sem dar um posicionamento. Para a comitiva, a reunião do MPF foi considerada um "linchamento público" da diretora. Rocha disse que não discutiria o assunto. "A discussão da Sesai é de assistência. Nós não vamos dizer quem vai ficar ou sair. Nós vamos avaliar a pauta de assistência", enfatizou Rocha. No entanto, os papéis com todas as reivindicações de saúde entregues pelos povos ficaram em cima da mesa de audiência.

Muitos líderes indígenas se revezaram para reclamar dos problemas com a gestão de Daniela, como falta de infraestrutura dos polos da Casai nos municípios, veículos de transporte quebrados e falta de equipes médicas. "Nós estamos lutando para viver; quem vai olhar por nós? Quem vai falar por nossos filhos? A situação é muito feia", disse Tuxati Gavião Parkatêge. Após a saída da Sesai, os índios, o representante do MPF, assistente especial Paulo Rabelo, e o coordenador da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Belém, Juscelino Bessa, ficaram sem informação. "Os caras deixaram a gente, não levaram a documentação; o que eles anotaram eles não levaram, não assinaram a ata, não respeitaram nada. Sem nenhuma justificativa foram embora. Quer dizer, a pessoa vem lá de Brasília, gastando o dinheiro público e faz uma palhaçada dessas", reclamou Piná Tembé. As etnias vão definir as próximas ações.

Em sua defesa, Daniela Cavalcante disse que o cargo que ocupa não foi por decisão política, mas técnica. "Eu não venho fazendo as coisas para a minha vida pessoal. Nós não tínhamos água, luz, radiofonia, telefones nos polos. Agora estão comprando telefone para os polos e Casai". Ela afirmou que a decisão de demitir funcionários foi ocasionada reclamações dos índios. Durante as explicações, os ânimos se exaltaram por diversas vezes. "Você me respeite, deixe de mentir. Você tem que falar a verdade", falou o líder Naldo Tembé.

Na avaliação do coordenador da Funai, Juscelino Bessa, não há clima para a diretora continuar. "Daniela não tem a menor condição de continuar no cargo e trabalhar. O momento é de recompor o diálogo com os índios. Aqui nós temos uma situação que está se agravando muito", avaliou. Outra discussão ocorreu entre Rocha e Bessa, que foi acusado de estar influenciando os índios. "Você não deveria ter falado nada, antes ter ficado calado. Não cabe a servidor público insuflar essa situação", afirmou Rocha, antes de sair do local. O deputado estadual Edmilson Rodrigues também esteve presente e declarou apoio aos indígenas e pela a saída da servidora.

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