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Começa a reforma da Estrada do Jaraguá

OESP, Metrópole, p. C5
12 de Mai de 2006

Começa a reforma da Estrada do Jaraguá
Via terá os 8,7 km recapeados, além de ganhar calçadas, guia e sarjetas

Silvia Amorim

Com quatro meses de atraso, começam neste fim de semana as obras de recuperação da Estrada Turística do Jaraguá, na zona norte, principal acesso a um dos pontos turísticos da cidade, o Pico do Jaraguá. O governador Cláudio Lembo (PFL) anuncia amanhã o início da reforma, que vai custar R$ 5,3 milhões. O Parque Estadual do Jaraguá também será reformado (Leia ao lado).
A estrada, que liga a Rodovia Anhangüera à Rodovia dos Bandeirantes, terá seus 8,7 quilômetros recapeados, ganhará calçadas, guias e sarjetas e rede de esgoto, que hoje corre a céu aberto.
Quem circula pela via sabe muito bem a importância da reforma. Abandonada há anos, a estrada virou palco constante de acidentes. São poucos os moradores que não têm uma história de atropelamento para contar. É compreensível. São muitas as curvas e não há calçada na maior parte de sua extensão nem sinalização de trânsito. Em alguns trechos, o mato invade a pista e dificulta a visualização das poucas placas.
Para piorar, os moradores, sem opção, caminham à beira da estrada espremidos entre carros e barrancos, a travessia de crianças é freqüente e os motoristas abusam em ultrapassagens arriscadas.
"Um acesso melhor é muito importante porque hoje as pessoas ficam até constrangidas de trazer um turista aqui. A estrada é muito ruim e perigosa", disse o diretor do Parque Estadual do Jaraguá, Vladimir Arraes. Segundo ele, aos domingos, muitos visitantes se arriscam a pé na estrada a caminho do parque.
A catadora de sucata Maria Cristina da Silva, de 43 anos, mora há 12 na beira da estrada e já teve na família uma vítima desses acidentes. "Meu marido foi atropelado uns dois anos atrás. Estava na frente de casa e um carro desgovernado veio para cima dele. Mas ele quebrou só uma perna." Um colega de seu filho, conta ela, não teve a mesma sorte e foi atingido por um veículo enquanto empinava pipa. "Foi feio. Até hoje ele tem seqüelas", afirma.
CAMINHÃO TOMBADO
Ontem mesmo um acidente interrompeu o trânsito na estrada na altura da casa da Maria Neci de Alencar, de 61 anos. Um caminhão perdeu o controle por volta das 4 horas, bateu contra um muro e ficou atravessado na via. "Para liberar o trânsito, jogaram a carroceria na frente do meu portão. Acordei com o barulho", conta Neci, que vive há 26 anos em uma casa às margens da estrada a poucos metros do Pico do Jaraguá.
"Temos o paraíso aqui do lado. Tinham que cuidar melhor dessa estrada", diz.
Em dezembro o então governador Geraldo Alckmin e o ex-prefeito José Serra assinaram um convênio para a reforma da estrada - o Estado faz a obra e a Prefeitura, a manutenção. Os trabalhos deveriam começar em janeiro, mas atrasaram. Hoje, a via é de responsabilidade do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), mas passará para o Município.

Depois de 45 anos, parque passa por recuperação

A reforma do Parque Estadual do Jaraguá começou há um mês e a previsão é que esteja concluída em julho. Desde a sua criação, em 1961, o espaço nunca passou por recuperação.
O desafio é grande. Com R$ 1,5 milhão, o governo do Estado promete refazer todas as instalações elétricas, hidráulicas e de esgoto, recuperar os banheiros existentes e construir novos, trocar o playground, construir um auditório, trocar parte da iluminação, recuperar a quadra esportiva, construir uma pista de skate e fazer uma revisão paisagística, com o plantio e poda de árvores.
O objetivo é que a reforma interna e a recuperação da Estrada Turística do Jaraguá, principal acesso ao parque, aumente o potencial turístico da região. Aos domingos, o parque recebe cerca de 10 mil pessoas, a maioria moradores da região.
Conhecido por ser o ponto mais alto da região metropolitana, o parque tem diversas trilhas que levam ao pico de 1.135 metros de altitude e ao mirante, com vista privilegiada da cidade. Ao longo das trilhas, é possível observar, além de lagos, nascentes e animais silvestres.

Índios esperam material para refazer casas

Às margens da Estrada Turística do Jaraguá, uma aldeia de índios guaranis também precisa de ajuda. Desde dezembro, quando a queda de alguns eucaliptos destruiu parte das 57 casas de madeira da aldeia, a tribo espera por novas moradias. Na época, a Subprefeitura de Pirituba prometeu doar madeiras e telhas. Mas, até agora, 16 casas foram construídas. A subprefeitura disse que houve atraso, mas que está entregando aos poucos o material para refazer todas as casas da aldeia, onde vivem 240 pessoas, porque os índios não têm onde armazenar os materiais.

OESP, 12/05/2006, Metrópole, p. C5

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