OESP, Geral, p.A15
06 de Mai de 2004
Começa estudo de impacto do feijão transgênico no ambiente Avaliação pode definir se ele afeta negativamente outras culturas na natureza
Já foi iniciado o primeiro estudo sobre os impactos ambientais do plantio de um produto transgênico no País. Desde o começo da semana, em uma área de 100 metros quadrados num campo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Arroz e Feijão, em Santo Antônio de Goiás (GO), pesquisadores estão plantando o feijão transgênico resistente ao vírus do mosaico dourado.
É uma exigência do Ibama para autorizar o seu cultivo em larga escala e pode ter a força de um veredicto para eliminar restrições aos organismos geneticamente modificados (OGMs).
O campo experimental foi devidamente delimitado para permitir que não haja contato entre o feijão transgênico e outras plantas. Um cinturão de milho ajudará a distanciá-lo de outros cultivos. Já há estudos que permitem definir se um transgênico é seguro para servir de alimento à população - grupos ambientalistas se opõem a esses produtos. Mas não se sabe cientificamente se plantar um OGM pode provocar riscos ao ambiente.
"Equipes vão estudar impactos e desenvolver protocolos para definir a segurança dos transgênicos no ambiente", disse Norma Gouvêa Rumjanek, da Embrapa Agrobiologia. Isso implica verificar se na terra onde é cultivado o feijão transgênico insetos e microorganismos sofrem alteração.
Será um estudo comparativo, já que as amostras do feijão transgênico e seus efeitos no solo e na fauna serão comparados com os efeitos de porções do produto orgânico. Daqui a 20 dias, haverá nova coleta de dados - os primeiros resultados sairão em seis meses. Ventura Barbeiro, do Greenpeace, avisou que a entidade exigirá mais testes para reconhecer a segurança ambiental desse e de outros transgênicos. (Eduardo Nunomura)
OESP, 06/05/2004, p.A15
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