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Comandante do Exercito afirma que acao no Para vai durar mais um mes

OESP, Nacional, p.A8
24 de Fev de 2005

Comandante do Exército afirma que ação no Pará vai durar mais um mês

ANAPU - O comandante militar da Amazônia, general Cláudio Barbosa de Figueiredo, disse ontem que a operação do Exército no interior do Pará deverá ser mantida por mais de um mês. Ao visitar o túmulo da missionária Dorothy Stang, Figueiredo informou que ainda aguarda a primeira parte dos recursos prometidos pelo governo. A ação militar, que envolve mil homens, terá custo mensal de R$ 1 milhão. "É uma operação cara e precisamos de mais de um mês para realizar tudo que pretendemos", afirmou.
Nos próximos dias, o Incra vai fazer estudos topográficos nas glebas Monte Belo e Bacajá, na região de Anapu, para garantir o assentamento de famílias. Já os fiscais do Ibama farão inspeções nas serrarias. O Exército conta com outros 400 soldados nos quartéis prontos para reforçar a ação, além de engenheiros que poderão atuar na melhoria de pontes e estradas.

Hoje, o Exército e as Polícias Federal, Militar e Civil pretendem fazer a reconstituição do assassinato da missionária americana.

As chuvas que caíram ontem na região podem dificultar o trabalho e o deslocamento de pessoal até o local onde ocorreu o assassinato, na área de um dos Planos de Desenvolvimento Sustentável (PDS), a 50 quilômetros em estrada de chão do centro de Anapu.

A movimentação de soldados, helicópteros e viaturas mudou a rotina de Anapu, um município com pouco mais de 30 mil habitantes. Ao mesmo tempo em que dá apoio logístico às polícias, o Exército realiza desde segunda-feira uma Ação Cívico e Social (Aciso) no posto de saúde da cidade. Médicos e enfermeiros militares fazem mil atendimentos por dia.

O posto só conta com um médico efetivo para atender a população de Anapu. Por isso, os moradores estão aproveitando a presença de profissionais do Exército para consultas. "Irmã Dorothy sempre dizia: 'Só quando eu morrer as autoridades vão tomar alguma providência aqui'", relatou a moradora Aparecida de Souza Braga, que atua em trabalhos sociais desenvolvidos pela missionária.

Mesmo com toda a ação militar, sindicalistas e líderes comunitários continuam sofrendo ameaças na região. O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Anapu, Gabriel Domingos do Nascimento, mostrou uma carta anônima, datada de 21 de fevereiro, com ameaças a ele e a sua família. "Gabriel, você gosta dos seus filhos? Estão dedique-se mais a eles. Entendeu?", diz a correspondência, que teria sido enviada por pistoleiros.

OESP, 24/02/2005, Nacional, p.A8

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