VOLTAR

Colonos e índios entram em acordo

Zero Hora-Porto Alegre-RS
Autor: MARIELISE FERREIRA
09 de Fev de 2006

Negociação com o Estado encerra uma semana de conflito

No dia em que vencia o prazo para a saída dos colonos que ocupam uma área indígena no norte do Estado, índios e agricultores entraram em acordo com o governo do Estado. O trato ocorreu depois de protestos que culminaram ontem no fechamento por cinco horas da rodovia Ronda Alta-Três Palmeiras (RS-324).

Apesar de a área ocupada pelos colonos ter sido demarcada como sendo dos índios da Reserva da Serrinha, 80 famílias de agricultores moram no local e só admitem sair dali se indenizadas pelo Estado. Para pressioná-los a irem embora, os índios haviam proibido a colheita das lavouras e imposto o prazo de desocupação, que terminava ontem.

Getúlio Foschera, 52 anos, sente-se ameaçado. De seus 97 hectares, 31 foram repassados ao governo e serão reintegrados à reserva. Os R$ 221 mil a que tem direito pela área não foram pagos. Na certeza da indenização, a família Foschera comprou terras em Mato Grosso, onde dois filhos trabalham. Sem o dinheiro para quitá-las, teme perder tudo.

Do outro lado da disputa, os caingangues reclamam que as famílias da reserva precisam das terras para produzir. Na manhã de ontem, representantes de índios, colonos e líderes locais se reuniram com o secretário estadual da Reforma Agrária e Cooperativismo, Vulmar Leite. Diante da promessa de que o Estado indenizará e reassentará cerca de cem famílias até maio, eles entraram em acordo. Conforme o secretário, um cronograma será feito para indenizar as famílias de fevereiro a maio.

- Vamos deixar que colham a soja e o milho e não vamos mais bloquear a estrada. Mas, se não cumprirem a promessa, voltamos a trancar a rodovia - disse o cacique Antônio Ming Claudino.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.