VOLTAR

Coema estranha pressa de se criar parque do Tumucumaque

Diário do Amapá-Macapá-AP
10 de Mai de 2002

O Amapá incorrerá num grande erro se permitir a criação imediata do Parque Nacional do Tumucumaque, proposta defendida pelo MMA (Ministério do Meio Ambiente). É o que afirma o vice-presidente do Coema (Conselho Estadual do Meio Ambiente), Alessandro Gallazzi, no documento Parque Nacional das Montanhas do Tumucumaque. No mesmo documento, o vice-presidente do Coema deixa claro que o conselho não é contra a criação do parque. No entanto, o órgão defende que haja um estudo minucioso sobre o assunto, uma vez que ainda existem vários pontos obscuros sobre o assunto. "Estamos de acordo com a preservação desta área, mas, antes de tomar uma decisão definitiva, temos de discutir a fundo esta proposta. Não pode haver pressa, pois esta área não está atualmente ameaçada e no Seminário de Consulta realizado em Macapá ficou definida esta proposta como prioridade 04, ou seja, ela está entre as ações a longo prazo", afirma Gallazzi. Se criado, o Parque Nacional das Montanhas do Tumucumaque terá uma área de 3.877.393 hectares, cerca de 27% da superfície do Estado. A UC (Unidade de Conservação) atingirá ainda uma parte significativa do território dos Municípios de Oiapoque, Calçoene, Serra do Navio, Pedra Branca e Laranjal do Jari. Somadas às outras 17 UCs existentes no Estado (veja no gráfico ao lado), o Amapá passaria a ter uma área total de 8.315.219,86 hectares destinados à conservação ambiental. De acordo com o Coema, esta área equivaleria a 58% dos 143.453,70 Km² que formam a superfície do Estado. Destes, 5.067.697,86 hectares (35.3% do Estado) seriam de uso indireto, não podendo haver aí nenhuma atividade econômica que não o turismo e a pesquisa científica. Se for acrescentada ainda a faixa de dez quilômetros da área de entorno, obrigatória para todas as unidades de conservação, exceto as APAs (Áreas de Preservação Ambiental), esta superfície terá novo acréscimo - 1.000 hectares para cada quilômetro do perímetro. "Já 'doamos' cerca de 1.200.000 hectares (8,3%) do nosso território em UC diretas. Nossa proposta é que os organismos internacionais, governamentais e não-governamentais, realmente interessados em criar o parque, financiem este projeto pagando ao Amapá os royalties desta atividade que é uma atividade econômica de extrema prioridade e utilidade para a humanidade toda", vislumbra. Uma proposta seria o pagamento de US$ 25,00 por hectare/ano a serem investidos, prioritariamente, no desenvolvimento sustentável no interior do Estado e para também para custear a preservação das florestas nas terras de assentados e posseiros.

(-Diário do Amapá-Macapá-AP-10/05/02)

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.