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Código florestal não protegerá espécies da Amazônia, diz estudo

FSP, Ciência, p. 30
30 de Jun de 2016

Código florestal não protegerá espécies da Amazônia, diz estudo

PHILLIPPE WATANABE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O novo código florestal pode estar falhando na proteção do ecossistema da Amazônia. Um estudo, desenvolvido a partir da parceria de 18 instituições de vários países, entre elas a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a USP e a Imazon, mostrou que apenas preservar a mata nativa não garante a conservação da biodiversidade. A pesquisa foi publicada nesta quarta (29) na revista "Nature".
O foco do estudo foi o Pará, onde ocorreu, entre 1988 e 2015, 34% de todo desmatamento da floresta amazônica brasileira. Das 36 regiões analisadas no estado, 31 apresentavam algum vestígio de mata nativa e cinco estavam totalmente desmatadas. Ao todo foram encontradas 1.538 espécies de plantas, 460 de pássaros e 156 de besouros. Mamíferos não foram considerados na pesquisa.
Ignorar a atividade madeireira, os incêndios e a fragmentação das áreas de floresta é o erro da política ambiental brasileira, segundo os autores. As análises feitas indicam que estas interferências são tão danosas para a biodiversidade quanto o próprio desmatamento.
Os resultados mostraram também que as espécies com maior risco de extinção, como pássaros endêmicos (somente encontrados em determinada região), são as mais afetadas. Mesmo propriedades com 80% da mata nativa preservada sofreram perdas relacionadas à conservação ambiental. Esse é o percentual de preservação exigido pelo código florestal nas propriedades amazônicas.
Além da proteção quantitativa das florestas tropicais, o estudo sugere a preocupação com a qualidade de preservação das matas restantes.
Uma ideia seria criar conexões entre áreas de preservação, utilizando fazendas ociosas como corredores para o trânsito de espécies.

FSP, 30/06/2016, Ciência, p. 30

http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2016/06/1787093-codigo-florestal-…

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