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Coca e AmBev brigam por guaraná

O Globo, Economia, p. 40
14 de Dez de 2003

Coca e AmBev brigam por guaraná
Empresas investem em plantações na Amazônia

Não há refresco na disputa pelo mercado do guaraná. Enquanto a Coca-Cola colhe 40 toneladas da semente seca naquela que é considerada sua primeira safra de uma grande fazenda, a Usina Jayoro, em Presidente Figueiredo, a AmBev inaugura 12 pólos de produção na cidade de Maués para aumentar em oito vezes a produtividade de 2.500 famílias.

Em comum, o envolvimento das duas gigantes na economia em duas pequenas cidades encravadas na floresta amazônica. Muito além de refrigerantes, o guaraná contribui para que o governador Eduardo Braga implemente o programa Zona Franca Verde, que, apesar do nome, ainda não garantiu qualquer isenção fiscal, como foi feito em Manaus. A idéia é investir no interior de forma economicamente sustentável e mudar a cultura puramente extrativista na fabricação de produtos beneficiados, como o extrato do guaraná.

O primeiro passo foi dado pela AmBev, que anunciou um investimento de R$ 61 milhões para a execução de 12 projetos até 2013. Entre eles, estão previstos os gastos para apoio técnico em comunidades rurais e mecanização agrícola. Já em Presidente Figueiredo, a Usina Jayoro, que desde 1997 produz açúcar para a fábrica de concentrados da Coca-Cola em Manaus, contribui para que a cidade tenha um crescimento demográfico de 16% ao ano. Uma das estratégias da Coca-Cola é fazer da cidade um pólo produtor da semente de guaraná.

Ligada à AmBev, Maués é hoje a maior cidade produtora do estado. Outra batalha é travada no campo da produtividade. A meta da Coca-Cola é chegar a 160 toneladas de semente de guaraná em 2005. Hoje, ela já detém o melhor índice de produtividade do país: 400 quilos de semente por hectare, com guaranazeiros produzindo um quilo de semente por pé. O guaraná abastecerá toda a demanda da empresa no país a partir do ano que vem.

O repórter viajou a convite da Coca-Cola

O Globo, 14/12/2003, Economia, p. 40

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