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02 de Mar de 2025
Cobrado pelo MST, Lula visita assentamento pela primeira vez no atual mandato
Agenda tem caráter estratégico, voltado para a reaproximação com sua base eleitoral mais fiel, um dos pontos de insatisfação recorrente entre a militância
Fabio Murakawa
02/03/2025
Cobrado pelo MST, Lula visita assentamento pela primeira vez no atual mandato
Agenda tem caráter estratégico, voltado para a reaproximação com sua base eleitoral mais fiel, um dos pontos de insatisfação recorrente entre a militância
Acompanham o presidente na viagem os ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência), responsável pelo diálogo com os movimentos sociais.
A visita ocorre pouco mais de um mês depois de Lula ter recebido lideranças do MST no Palácio do Planalto, em 30 de janeiro. Na ocasião, ao convidar o presidente para visitar um assentamento, os líderes do movimento cobraram ações mais concretas na reforma agrária e destacaram que Lula ainda não havia pisado em um assentamento desde que tomou posse, em 2023. Também manifestaram insatisfação com o ritmo de assentamento de novas famílias no terceiro mandato do petista.
"Viemos falar para o presidente que estamos insatisfeitos com a reforma agrária. O que o governo fez está muito aquém do que foi prometido. Somente 3.500 famílias foram assentadas nos últimos dois anos", afirmou à imprensa, na ocasião, João Paulo Rodrigues, integrante da coordenação nacional do MST.
O movimento também reivindicou um aumento no orçamento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da agricultura familiar, de R$ 750 milhões para R$ 2 bilhões, além do assentamento de 65 mil famílias em 2025.
À época, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) respondeu que essa meta seria contemplada até o fim de 2026 e prometeu acelerar os assentamentos.
Popularidade em queda e pressão sobre ministros
A visita ocorre em um cenário de queda acentuada na popularidade de Lula, evidenciada por pesquisas de opinião recentes. Diante disso, ele tem intensificado viagens pelo país, anunciando obras e programas do governo em estados como Rio de Janeiro, Bahia, Amapá, Pará e Rio Grande do Sul.
A ida ao assentamento do MST, porém, tem um caráter estratégico voltado para a reaproximação com sua base eleitoral mais fiel, um dos pontos de insatisfação recorrente entre a militância.
Outro fator relevante é a pressão do MST sobre o ministro Paulo Teixeira, que chegou a ser alvo de pedidos de demissão por parte do movimento em novembro do ano passado. O descontentamento com a condução da reforma agrária colocou o ministro na berlinda, especialmente no contexto da reforma ministerial que Lula tem conduzido a conta-gotas.
Por outro lado, o outro ministro que acompanha a viagem, Márcio Macêdo, está em posição mais confortável do que há uma semana. Com a ida de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), em substituição ao futuro ministro da Saúde, Alexandre Padilha, diminuíram as especulações sobre sua saída da Secretaria-Geral da Presidência.
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