Estado de S. Paulo-SP
Autor: GERUSA MARQUES
05 de Mar de 2002
Conselho cria grupo de estudo que decidirá participação do governo na construção da hidrelétrica
O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) decidiu na reunião de ontem, que contou com a presença do presidente Fernando Henrique Cardoso, criar um grupo de estudo para elaborar o cronograma de viabilização da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que será construída no Rio Xingu, no Pará. Segundo o presidente da Eletrobrás, Cláudio Ávila, que integra o CNPE, o grupo de estudo deverá decidir também a participação do governo no financiamento e no investimento para a construção da usina e do sistema de transmissão.
Segundo Ávila, a idéia é que o governo tenha participação minoritária no empreendimento, inferior a 49%. Ele informou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de acordo com a idéia inicial, financiaria até 70% dos recursos dos investidores privados. O custo total de Belo Monte é US$ 7 bilhões. Desse total, US$ 3 bilhões seriam gastos na parte de geração e US$ 4 bilhões na transmissão.
O presidente da Eletrobrás disse que ainda não está decidido se todos os trechos de transmissão serão incluídos na mesma licitação. Do total de US$ 4 bilhões, US$ 2 bilhões serão para as linhas de transmissão de energia que partem da usina até Colinas, em Tocantins. Os outros US$ 2 bilhões serão necessários para a construção do trecho de ligação ao Nordeste e ao Sudeste.
O grupo de estudo tem prazo de 60 dias para apresentar a conclusão ao CNPE. Desse grupo farão parte os Ministérios de Minas e Energia, da Fazenda e do Planejamento, além do BNDES, da Eletrobrás, Furnas e Chesf. O governo espera lançar o edital de licitação em agosto deste ano e realizar o leilão em outubro. (AE)
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