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Clima permanece tenso entre índios e posseiros no Leste

Diário de Cuiabá-Cuiabá-MT
17 de Nov de 2003

Os ânimos permanecem exaltados na região de Alto Boa Vista (1.064 quilômetros de Cuiabá, no extremo leste do Estado), onde centenas de índios xavante e posseiros reivindicam os 170 mil hectares da fazenda Suiá-missú.

Nos últimos cinco dias, por pouco não se registrou um grave conflito na região. A rodovia BR-158, que liga Mato Grosso a Goiás, chegou a ser interditada por várias vezes em razão do impasse.

Os posseiros fizeram uma espécie de "armadilha" numa ponte para evitar que veículos mais pesados, alguns utilizados para transportar índios, pudessem passar pelo local, que fica próximo à divisa com o estado de Goiás.

Essa foi a medida encontrada para barrar a chegada de novos grupos de xavantes à região. Segundo a PRF, 600 deles eram esperados apenas para o sábado, mas não conseguiram chegar. O número de posseiros, inclusive com mulheres e crianças na fazenda, é ainda maior.

"Tanto os xavantes quanto os posseiros estão fortemente armados", afirma uma policial rodoviária federal do município de Água Boa, que monitora a ação dos seus colegas na fazenda.

A área em questão foi declarada pela Justiça como de propriedade dos índios, mas os posseiros não concordam e pleiteiam a divisão das terras. Equipes da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Goiás e Mato Grosso e da Polícia Federal tentam negociar uma saída pacífica para o problema.

No domingo o juiz da 5a Vara Federal José Pires da Cunha determinou que uma comissão composta por quatro índios e por agentes da PF faça uma vistoria nas terras, para que seja comprovada a invasão de famílias de posseiros no local.

Na decisão, o juiz atribui à Polícia Federal a missão de evitar um possível confronto, autorizando "a requisição de todos os meios que se fizerem necessários". Amanhã está prevista a chegada de mais 10 policiais federais à Alto Boa Vista para dar cobertura à decisão judicial.

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