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CIR divulga dossiê sobre impunidade em Roraima

Site do Cimi
21 de Fev de 2003

O corpo do macuxi, Aldo da Silva Mota, assassinado na "Fazenda Retiro", do invasor e vereador do município de Uiramutã, Francisco das Chagas de Oliveira, deverá ser translado do Instituto Médico Legal de Brasília para Roraima na próxima semana. Ainda consternadas e revoltadas com o homicídio, família e comunidades da região preparam o funeral de mais uma vítima na luta pelo reconhecimento da terra indígena Raposa Serra do Sol.
O Conselho Indígena de Roraima - CIR, preocupado com as sucessivas agressões e impunidades ocorridas no Estado, preparou um dossiê sobre os crimes cometidos contra os povos indígenas em Roraima (Leia o dossiê no site www.cir.org.br ). O documento, elaborado pela advogada Ana Paula Souto Maior revela a omissão, às vezes cumplicidade, das instâncias governamentais nas situações onde os índios são vítimas de agressões.
A morte do macuxi, Aldo da Silva Mota, ocorrida na primeira semana de 2003, na fazenda do vereador, Francisco das Chagas de Oliveira, conhecido como "Chico Tripa", revelou, mais uma vez, a conivência ou repressão do aparelho do Estado de Roraima contra os direitos indígenas.
Para situar o problema, o dossiê revela quem é o vereador "Chico Tripa" e faz histórico de agressões praticadas por sua família contra os indígenas na área Raposa Serra do Sol. O documento comprova que a morte de Aldo Mota , longe de ser um fato isolado, configura-se em mais um caso no universo de violência institucionalizada do estado de Roraima contra os primeiros habitantes da região.
Centro de tensão na terra indígena, o município de Uiramutã torna-se palco de conflitos envolvendo fazendeiros, garimpeiros e militares instalados no 6o Pelotão Especial de Fronteiras. A unidade municipal, criada ilegalmente, é usada pelos opositores dos índios como argumento para a permanência de invasores na área.
O reconhecimento da terra Raposa Serra do Sol arrasta-se por quase 30 anos e a demora na conclusão do processo demarcatório - que carece apenas da assinatura de um decreto presidencial - e, a presença dos invasores, são os principais motivos para a escalada de violência na região.

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