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Cinco amostras analisadas pela Funed apontaram contágio por bactéria

O Tempo - http://www.otempo.com.br/hotsites/indio2/
Autor: FLÁVIA MARTINS Y MIGUEL
22 de Fev de 2010

Cinco amostras da água consumida pelos índios maxakalis - coletadas em casas de uma aldeia e no rio Umbuarama, no Vale do Mucuri - apresentaram contaminação por bactérias, segundo análises feitas pela Fundação Ezequiel Dias (Funed). Os detalhes do laudo com explicações sobre o que causou o contágio devem ser divulgados no início desta semana.
Na próxima quinta-feira, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) deverá se reunir com a a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) em busca de uma parceria para solucionar o problema de distribuição de água às aldeias indígenas da região. O objetivo é construir tubulações de distribuição para levar a água de uma cachoeira até as tribos. A Funasa ficaria responsável pelo pagamento do serviço.
Há um mês, quatro crianças maxakalis morreram em decorrência de um surto de gastroenterite que deixou outros 205 índios menores de 6 anos infectados com sintomas de diarreia, vômito e febre. A maior suspeita de foco da doença, segundo os técnicos da Funasa e Funai que trabalham na região, seria a água consumida pelas tribos.
De acordo com a Funasa, o resultado detalhado da análise da água da região seria divulgado na última sexta-feira pela Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde de Minas, encarregada de analisar os dados. No entanto, o órgão estadual informou, por meio de sua assessoria, que os testes ainda só seriam enviados pela Funed nesta semana.
Contaminação. A líder da aldeia Água Boa, Maria Diva Maxakali, lamenta a contaminação da água do rio Umburama que corta as tribos da região. Ela relembra da época em que era possível pescar, tomar banho e cozinhar alimentos sem se preocupar com o perigo de doenças. "A água era limpa e sadia. Por isso chamamos o lugar de Água Boa. Hoje tem água no poço artesiano, mas a gente quer que coloque da cachoeira para não faltar. O poço falta água e não tem tratamento", disse.
Ainda em luto pela morte do sobrinho, uma das vítimas da gastroenterite, Maria Diva defende - junto aos representantes dos órgãos federais - a realização de medidas efetivas sanitárias dentro das aldeias. "A equipe ainda precisa fazer mais pela nossa saúde. Deus não vai chegar aqui para mostrar o que fazer. O problema da diarreia pode servir para que melhorar as coisas para nós", afirma."Antes, tinha
o mato para
tirar a
doença.
Passava o
mato na
criança. Hoje
não tem mais
natureza"
Maria Diva

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