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15 de Mar de 2024
Cidade mais verde: São Paulo ganha mais 11% de área para preservação ambiental
Com isso, a cidade passará a ter 26% de seu território sob proteção das gestões municipal, estadual ou da federação; capital paulista contribui para melhoria na qualidade do ar, redução da temperatura e da poluição
Prefeitura de São Paulo
15/03/2024
As mudanças climáticas têm feito a temperatura subir gradativamente, e os efeitos são sentidos de diferentes maneiras em todo o mundo. Espaços verdes conseguem minimizar os impactos promovidos por elas, contribuindo para a melhoria na qualidade do ar, redução da temperatura e da poluição, aumento da permeabilidade do solo e regulação do curso dos rios.
Municípios com mais áreas verdes também têm menos internações hospitalares por doenças respiratórias, segundo estudo realizado por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Pesquisas científicas também vêm comprovando a importância de parques e áreas verdes para a saúde mental e o bem-estar das pessoas.
Enquanto a maioria das grandes cidades do mundo se debruça no desafio de equilibrar a crescente urbanização com preservação ambiental, São Paulo tem se consolidado como uma cidade cada vez mais sustentável e verde. A Prefeitura de São Paulo declarou de utilidade pública mais 11% do território da cidade. São 32 áreas verdes particulares, com 16.531 hectares no total, o equivalente ao tamanho da cidade de Paris, na França, ou a 15.500 campos de futebol.
Essas novas áreas declaradas de utilidade pública se somam aos 18.280 hectares que já são considerados áreas de preservação na capital paulista. Com isso, a cidade passará a ter 26% de seu território sob proteção das gestões municipal, estadual ou da federação.
A medida tem como objetivo ampliar áreas de preservação, contribuindo para o combate às mudanças climáticas, segundo o secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Rodrigo Ravena. "Essa ação, pelo seu tamanho, não tem paralelo no mundo. A gente começa a praticar ações que não são de mitigação, aquelas que fazemos depois que ocorre o evento climático extremo, mas que previnem esses eventos. É uma medida que tem reflexos e impactos futuros muito grandes porque 26% do território não serão ocupados com outra coisa que não área de preservação ou parques urbanos que também servem para preservação, mas também para lazer", explica.
A escolha das regiões foi determinada a partir de um mapeamento realizado pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. As análises técnicas identificaram áreas com mata atlântica, córregos e nascentes, de valor ambiental incalculável, e a decisão em torná-las públicas faz parte do Programa São Paulo Capital Verde.
A Declaração de Utilidade Pública (DUP) estabelece que determinado local será necessário para a prestação de um serviço - neste caso a proteção ambiental para toda a população. A cidade chegou a 54,3% de cobertura vegetal em seu território no ano passado.
Com a publicação dos decretos, serão elaborados documentos técnicos e caberá ao Poder Judiciário a desapropriação das áreas e à Prefeitura indenizar os proprietários. Após esse processo os espaços passam a ser efetivamente públicos. Na prática, a gestão municipal está comprando as áreas verdes para torná-las patrimônio dos paulistanos, que poderão ter uma cidade cada vez mais verde.
A magnitude da ação foi elogiada pela Rede C40, que engloba as maiores cidades do mundo com prefeitos unidos no combate à crise climática. Ilan Cuperstein, diretor regional para a América Latina do grupo, destacou os benefícios na redução da temperatura e na manutenção da qualidade da água.
Sistemas de monitoramento para detecção de incêndios têm alarmes e câmeras de alta tecnologia
Como mais uma forma de cuidado com as áreas de preservação, a Prefeitura inaugurou um sistema de monitoramento para detecção de incêndios, com equipamentos específicos e torres de tecnologia no futuro Parque Linear Córrego do Bispo, na zona Norte, para cobrir a região da Serra da Cantareira.
O sistema possui alarme e sensores infravermelhos que captam a elevação de temperatura e fumaça, acionando a central. Com investimento de R$ 4,2 milhões, o sistema conta com telas e monitores, opera 24 horas por dia e utiliza duas torres de 40 metros em pontos estratégicos. As duas são equipadas com câmeras de alta tecnologia, com alcance de 20 quilômetros. O monitoramento será feito por profissionais que vão utilizar veículos específicos para essa atividade.
Outros dois sistemas serão instalados para monitoramento do Parque Natural Fazenda do Carmo, Parque Natural Cabeceiras do Aricanduva e Morro do Cruzeiro - Pico do Votussununga, na zona Leste, e para monitorar as demais Unidades de Conservação na Zona Sul. Com isso, todas as florestas mais importantes da cidade serão constantemente monitoradas.
Com uma área total de 9.500.000 m², o Parque Anhanguera e o RVS (Refúgio da Vida Silvestre) Anhanguera, na zona Norte, já contam com o sistema desde 2022. A central de monitoramento para detecção de incêndios tem equipamentos específicos e torres de tecnologia importadas de Israel. O sistema tem alarme e sensores infravermelhos que captam a elevação de temperatura e fumaça em um raio de 6 quilômetros, acionando a central. O local tem à disposição todos os equipamentos necessários para intervenção rápida em caso de emergências. Cursos trimestrais de formações de brigadistas também são oferecidos para a equipe do parque.
São Paulo é reconhecida pela ONU por cuidados com áreas verdes pelo 3o ano consecutivo
A capital paulista recebeu, pelo terceiro ano seguido, o certificado "Tree City of the World" (Cidade Árvore do Mundo, em inglês). O título foi concedido pela Arbor Day Foundation (Fundação do Dia da Árvore, em inglês) e pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/ONU).
Para que o prêmio seja concedido, cinco critérios são levados em conta: se responsabilizar com as árvores urbanas, construir políticas de arborização, avaliações de árvores e florestas, ter um orçamento anual e receber celebrações de conquistas. São Paulo cumpriu bem com todos esses requisitos para receber o certificado. A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente foi responsável pelo plantio de 84.037 árvores por incremento, compensação e reparação ambiental no ano passado.
O Plano Municipal de Arborização Urbana foi um dos responsáveis por fazer com que a cidade consiga manter o título de Cidade Árvore: desde 2020, começo de sua implementação, foram realizadas diversas ações para plantios comunitários, estimulando a participação da população.
Entre os benefícios comprovados de ser um local com plantio urbano de árvores, segundo o programa, se encontram: água mais limpa próxima a florestas, ar mais limpo na cidade, auxílio na gestão das águas pluviais, redução das temperaturas e melhor saúde mental. Todas essas vantagens foram encontradas em cidades com o selo mundo afora.
Confira quais são as 32 áreas declaradas de Utilidade Pública:
Parques:
1.Alto da Mooca - Pe. Benedito M. Cardoso
2.Aristocrata - ampliação
3.Billings - Clube Sta. Mônica
4.Casa Verde - Clube Matarazzo
5.Cavas de Ouro
6.Guavirituba
7.Morro Grande - ampliação
8.Nascentes do Ribeirão Colônia - Sítio Irma
9.Riviera Paulista
Unidades de Conservação:
1.Borda da Cantareira - Engordador
2.Borda da Cantareira - Santa Maria
3.Borda da Cantareira - Itaguaçu-Bispo
4.Borda da Cantareira - Bananal-Canivete
5.Borda da Cantareira - Tremembé-Fonte Gioconda
6.Borda da Cantareira - Parada de Taipas
7.Borda da Cantareira - Barrocada
8.Borda da Serra do Mar
9.Borda da Serra do Mar - Núcleo Sítio Curucutu
10.Cratera de Colônia - ampliação
11.Embu Mirim
12.Gramado
13.Jaceguava - ampliação
14.Mananciais Paulistanos - Araguava
15.Mananciais Paulistanos - Billings
16.Mananciais Paulistanos - Fazenda Castanheiras
17.Mananciais Paulistanos - Itaim Viterbo
18.Mananciais Paulistanos - Paiol-Jusa
19.Mananciais Paulistanos - Paulo Guilguer
20.Mananciais Paulistanos - Ribeirão Bororé
21.Pico do Votussununga - Morro do Cruzeiro
22.RVS Anhanguera - ampliação
23.Varginha (ampliação)
https://oglobo.globo.com/conteudo-de-marca/acontece-em-sp/noticia/2024/…
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