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Chuvas não garantem abastecimento

GM, Saneamento & Meio Ambiente, p .A7
08 de Jan de 2004

Chuvas não garantem abastecimento
Capacidade dos reservatórios aumentou, mas não assegura tranqüilidade para este ano.

Embora os paulistanos tenham voltado a ver a cor da chuva nas últimas três semanas, ainda é cedo para se considerar solucionado o problema de abastecimento de água na região metropolitana de São Paulo (RMSP). A capacidade de uso dos reservatórios chegou a aumentar, mas são necessárias mais chuvas para se ter um 2004 sem sobressaltos em termos de abastecimento de água.

Os índices pluviométricos em dezembro último ainda ficaram abaixo da média histórica na maior parte dos reservatórios que atendem à Grande São Paulo. No sistema Cantareira, que atende a 47% da população paulistana e que estava em estado mais crítico em termos de escassez de água, o índice pluviométrico foi de 197,8 mm, enquanto a média histórica do mês é de 225,8 mm. O sistema Guarapiranga registrou chuvas de 124,6 mm, contra uma média histórica de 175,3 mm. Apenas o Alto Cotia registrou precipitações acima da média histórica de 175,2 mm: foram 199,8 mm em dezembro.

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) acredita que os meses de janeiro e fevereiro, tradicionalmente mais chuvosos, suprirão os reservatórios ainda em situação preocupante, como é o caso do Cantareira. O sistema hoje opera com 4% da capacidade de uso, mas chegou a 1,6%, no auge da crise do ano passado.

"Os reservatórios estão mais estáveis, mas em um nível ainda baixo. As chuvas dos próximos meses devem promover uma recuperação satisfatória para prover o abastecimento no restante do ano. Em janeiro de 2003, as chuvas superaram em 50% a média histórica do mês", diz Antonio Marsiglia Neto, da diretoria metropolitana de produção da Sabesp.

Além da providencial ajuda dos céus, a companhia deve começar a praticar as obras recomendadas pelo Plano Diretor de Abastecimento de Água (PDAA) da RMSP. Para este ano, estão previstos investimentos da ordem de R$ 300 milhões, com financiamento da Caixa Econômica Federal (CEF) para obras de captação de água e esgotamento sanitário em todo o estado, sendo R$ 80 milhões destinados a obras na Grande São Paulo. Até 2007, serão investidos R$ 643,2 milhões em obras na região metropolitana, que incluem o aumento da disponibilidade dos mananciais em até 5,5 m³/s, um adicional na produção de 8,5 m³/s, aumento da capacidade de reservação de água tratada em 90 milhões de litros, além da construção de mais 60 km de adutoras.

A curto prazo, estão previstas obras nos sistemas Alto Tietê e Alto Cotia, ambas em fase de licitação. No Alto Tietê, está prevista a ampliação da produção dos atuais 8,5 m³/s para 15 m³/s até 2007. O projeto é fruto de uma parceria com o Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), ligado à Secretaria de Energia, Recursos Hídricos e Saneamento de São Paulo. Para o Alto Cotia, está previsto aumento da transferência de água proveniente do sistema Guarapiranga. Cantareira deverá receber água do Alto Tietê, de modo a salvaguardar o nível dos reservatórios, medida que deverá garantir economia de até 2 m³/s na produção de água do sistema.

GM, 08/01/2004, Saneamento & Meio Ambiente, p. A7

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