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Chocolates japoneses com sabor de cupuaçu

A Crítica-Manaus-AM
Autor: Alfredo Fernandes
15 de Jun de 2001

O primeiro embarque de semente de cupuaçu (Theobroma grandiflorum) para o Japão deve acontecer até meados de julho. Este ano serão exportadas 40 toneladas e no ano que vem a empresa Asahi Foods pretende importar aproximadamente 200 toneladas para a produção do cupulate - o chocolate de cupuaçu. Para facilitar a negociação os pequenos produtores vão se organizar num consórcio, sob a orientação da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam). O representante da Asahi Foods, Nagasawa Mach, esteve em Manaus de 3 a 10 deste mês, oportunidade em que manteve contato com produtores de vários municípios entre eles Careiro-Castanho (a 102 quilômetros de Manaus), Manacapuru (a 84 quilômetros de Manaus), Iranduba (a 25 quilômetros de Manaus) e Rio Preto da Eva (a 80 quilômetros de Manaus), além da capital. Ele ficou entusiasmado com o que viu, relata o diretor executivo das coordenadorias da Fieam, Nelson Azevedo. A visita foi resultado da Feira Internacional de Alimentos do Japão (Foodex). Nos últimos três anos produtores do Amazonas participaram da feira levando polpas de frutas e outros produtos regionais e agora devem começar a exportar. Azevedo espera que futuramente haja interesse na compra da polpa do cupuaçu e outras frutas. A possibilidade de reprodução da semente do cupuaçu em outras regiões do mundo, como houve com a semente da seringueira no início do século passado, é descartada pelo diretor da Fieam. Azevedo explica que a semente vai seca, desidratada e fermentada, sem poder de germinação. Ele não quis falar sobre os ganhos que os produtores terão nesse primeiro momento de exportação. Agora é hora de investimento, justifica. O momento é também de organização porque o importador prefere negociar em bloco e não com cada um dos pequenos produtores, por isso está sendo organizado um consórcio comercial para viabilizar a exportação. Os fornecedores são de vários municípios, inclusive de Coari (a 370 quilômetros de Manaus) e Beruri (a 170 quilômetros de Manaus). O empresário Rivaldo Gonçalves de Araújo, um dos participantes da Foodex e que já exporta guaraná para a Europa, diz que o produto amazônico é atrativo no mercado internacional, mas o empresário local precisa de capital para manter o estoque e atender ao importador. Dono da Agrorisa, o empresário fez sozinho a prospecção do mercado europeu há quase 10 anos, está satisfeito com os resultados e acredita que o Japão é outra oportunidade, contando com o apoio da Fieam.

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