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China vai proibir o comércio de marfim

O Globo, Sociedade, p. 24
31 de Dez de 2016

China vai proibir o comércio de marfim
País é o principal destino das presas de elefantes mortos

O governo chinês anunciou em comunicado, ontem, que o comércio de marfim será banido do país em 2017, como forma de minimizar a devastação em massa de elefantes africanos. A China é o principal destino deste mercado, e a decisão foi considerada histórica por ativistas.
"A China interromperá gradualmente todo o processamento de marfim e sua venda com propósitos comerciais no fim de 2017", reportou a agência estatal Xinhua.
O país já havia anunciado anteriormente seus planos para acabar com este tipo de comércio e, há dez meses, proibiu a importação de marfim. O passo anunciado ontem atende a reivindicações de ambientalistas, que há anos pedem a proibição do comércio como uma etapa essencial para a preservação dos elefantes, alvos da caça predatória.
O marfim africano sempre foi visto como símbolo de status na China. A demanda pelo produto cresceu nos últimos anos. No país asiático, um quilo do chamado "ouro branco" pode passar de US$ 1 mil. A decisão levará ao fechamento de 34 empresas que processam o marfim e de 143 firmas dedicadas à sua comercialização.
A proibição segue uma resolução da Conferência das Partes da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e da Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites) que aconteceu em outubro, na África do Sul.
CRISE DA CAÇA A ELEFANTES
O grupo ambiental WWF comemorou a notícia, classificando-a como "um anúncio histórico" que "sinaliza um fim ao mercado legal primário de marfim no mundo e um forte impulso aos esforços internacionais para enfrentar a crise da caça de elefantes na África".
- Agora que três dos maiores mercados de marfim do mundo, China, Hong Kong e Estados Unidos, estão sendo eliminados, esperamos que outros países sigam o exemplo - comemorou o diretor da WWF na China, Lo Sze Ping. - Quanto mais cedo, melhor para os elefantes africanos.
Segundo a ONG, 20 mil elefantes são caçados e mortos ilegalmente, por ano, no continente africano.
Enquanto o mercado internacional de marfim foi fechado em 1989, sistemas legais de comércio permaneceram em vários países pelo mundo. Grupos criminosos têm usado o mercado legal chinês como cobertura para seus negócios ilegais na caça de animais.
Em abril, em um ato simbólico, o presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, incendiou 105 toneladas de marfim no Parque Nacional de Nairóbi em um apelo contra o comércio predatório e pela proteção dos elefantes. As presas queimadas faziam parte da reserva de marfim do país africano, constituída após o comércio internacional do material se tornar proibido.

O Globo, 31/12/2016, Sociedade, p. 24

http://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/meio-ambiente/china-anuncia-q…

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