VOLTAR

Cheia em Rondônia ameaça histórica 'Ferrovia do Diabo'

FSP, Cotidiano1, p. C4
22 de Mar de 2014

Cheia em Rondônia ameaça histórica 'Ferrovia do Diabo'

Lucas Reis Enviado Especial a Porto Velho (RO)

Berço de Rondônia e capítulo importante da história do país, a estrada de ferro Madeira-Mamoré, construída no início do século passado para escoar a produção de seringais brasileiros e bolivianos, tenta resistir à cheia do rio Madeira, em Porto Velho.
O pátio ferroviário no centro da capital --que abriga um museu, galpões, oficina, estações e locomotivas-- está quase todo submerso.
Às pressas, o museu foi esvaziado para evitar um prejuízo histórico ainda maior.
Conhecida como "Ferrovia do Diabo", por causa das milhares de mortes na sua construção, a Madeira-Mamoré teve o processo de revitalização interrompido pela cheia.
O local será transformado num complexo turístico, que prevê a retomada das locomotivas num passeio de 7 km.
A área é tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) desde 2006. Mas pode mudar de lugar pela primeira vez em cem anos para evitar possíveis novas cheias.
"Estamos esperando a água abaixar para ver o tamanho do estrago. Não sabemos se o complexo vai continuar aqui", diz Mônica de Oliveira, superintendente do Iphan.
A ferrovia foi construída entre 1907 e 1912 pela empresa americana Madeira-Mamoré Railway Company e funcionou até 1966.
Fez parte de negociação diplomática de 1903, quando o Brasil aceitou construir a ferrovia para escoar a produção de borracha boliviana em troca da área onde está o Acre.
Sua história foi retratada no livro "Mad Maria", de Márcio de Souza, e em minissérie homônima exibida pela TV Globo em 2005.
Ela ligava a atual Porto Velho a Guajará-Mirim (RO), na fronteira com a Bolívia, local hoje ilhado pela cheia.

FSP, 22/03/2014, Cotidiano1, p. C4

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/157636-cheia-em-rondonia-ame…

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.