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Chefe destaca a importância da unidade

ICMBio - www.icmbio.gov.br
30 de Nov de 2009

Ao final do evento de comemoração dos 70 anos do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, o chefe da unidade, Ernesto Viveiros de Castro, concedeu entrevista em que falou sobre a importância da unidade e as outras melhorias realizadas no local. Leia a seguir a íntegra da entrevista.

Qual a importância do parque para o Brasil?

O parque é uma das áreas de maior biodiversidade da Mata Atlântica, bioma que é considerado em todo o mundo como detentor de grande diversidade de flora e fauna. Além disso, o Parnaso se destaca pelas possibilidades de ecoturismo e turismo de aventura. O Dedo de Deus, por exemplo, é considerado o marco inicial da escalada no Brasil, ocorrida em 1912. No parque também existem as paredes mais difíceis de se escalar do País, que exigem escaladas mais técnicas. Os montanhistas podem levar até sete dias seguidos na parede para atingir certos pontos. Alguns escaladores têm que dormir dependurados para alcançar os picos de algumas montanhas, como a Agulha do Diabo, Pedra do Sino e Castelos do Açu, dentre os mais conhecidos. O trecho localizado entre Petrópolis e Teresópolis deve ser especialmente observado, por ser uma área aberta à visitação, onde deve haver um importante trabalho de preservação e conscientização da população.

Quais as melhorias que estão sendo anunciadas em comemoração dos 70 anos do Parnaso?

A inauguração de várias obras e de investimentos do Programa Turismo nos Parques, organizado em parceira entre o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério do Turismo, que foi lançado no ano passado. Por meio dessa iniciativa, já foram investidos cerca de R$ 3 milhões no parque. Inaguramos centros de visitantes em Petrópolis e Teresópolis, que terão exposições permanentes, e a nova trilha suspensa, instalada na altura da copa das árvores, que passa por cachoeiras e tem vistas de montanhas. Outra novidade é o abrigo de montanha, localizado a 2.100 metros de altitude, na parte mais alta do parque. O chalé tem capacidade para 30 pessoas, conta com cozinha e banho quente e é uma estrutura de apoio para a a travesssia Petrópolis- Teresópolis, que tem 30 km de extensão e é considerada a mais bonita do Brasil. Para os próximos anos, já pensando na Copa e nas Olimpíadas, pretendemos reforçar a estrutura de Petrópolis, para oferecer mais estruturas para os visitantes. Vamos ampliar a sede e implementar estacionamento, área de camping, alojamento para pesquisadores e outras estruturas.

Existem outros investimentos importantes em andamento?

No ano passado o parque teve sua área original de 10.600 hectares ampliada para 20 mil hectares. Nos últimos cinco anos, os projetos de pesquisa foram multiplicados, e hoje somos a unidade de conservação com maior número de pesquisas no Brasil. Em 2009, computamos 70 projetos de pesquisa, entre os já iniciados e em andamento, nas áreas de ecologia, botânica, zoologia, turismo, ciências sociais e geológicas e arquitetura. Antes as pesquisas eram concentradas em Teresópolis, e agora estão sendo realizadas em todas as áreas do parque, inclusive as de difícil acesso como montanhas e vales. Fizemos ainda o plano de manejo do parque, estabelecido no ano passado. Nesta primeira etapa de implementação, já atingimos 90% das metas estabelecidas, que vão desde apoio à pesquisa científica à melhoria da estrutura de visitação e ampliação do parque. Nós estamos acompanhando as metas de execução.

Qual é a estrutura de apoio da unidade?

Temos cerca de 100 funcionários em toda a extensão do parque e nas três sedes. Nós também capacitamos condutores locais que são contratados pelos visitantes que desejam guias, mas para visitar o local esse serviço não é obrigatório, já que a visita individual também é permitida. O plano de manejo do parque foi aprovado no ano passado. No primeiro ano de implementação foram atingidas mais de 90% das metas estabelecidas desde apoio a pesquisa científica, melhoria da estrutura de visitacão e ampliação do parque. Nós estamos acompanhando as metas de excecução.

Quais são as taxas cobradas para visitação?

No momento, o visitante paga R$ 3 reais para entrar nas sedes e R$ 12 reais para as áreas de montanha. Quem deseja acampar paga uma taxa de R$ , mas se for nas áreas de montanha, esse valor já está embutido na entrada.

Existe alguma área vulnerável no Parnaso?

Dentro do parque não, mas no entorno dele temos a Serra da Estrela, área de floresta importante para os corrredores da região, que está sofrendo com a ocupação desordenada. Acredito que as principais ameças sejam o crescimento urbano no entorno e a caça, mas podemos dizer que, nesse sentido, não há uma crise neste momento.

Quais são as principais fontes de manutenção do parque? De onde vem os recursos do parque?

Principalmente recursos orçamentários federais. Temos algumas instituições parceiras que nos apoiam em pesquisas, como algumas universidades alemãs, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Temos também um termo de compromisso assinado com a Concessionária Rio Teresópolis (CRT) da BR 116 que cruza o parque. Esse termo estabelece medidas para monitoramento e mitigação dos danos de poluição sonora, atmosférica e hídrica.

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