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Certificação pode tornar inviável cultivo comercial

OESP, Agrícola, p. 11
25 de Jul de 2007

Certificação pode tornar inviável cultivo comercial

A burocracia, segundo o presidente da Câmara Setorial de Produtos Florestais, Décio Hungria Lobo, joga o produtor na ilegalidade. Ele destaca o licenciamento ambiental, desde a construção de um açude até a averbação de uma reserva legal. 'Essas questões passam a ser uma cruz para o produtor carregar.'

Sobre a certificação, Lobo defende que a SAA crie uma norma para padronizar o produto florestal. 'Hoje cada empresa tem o seu critério. A partir do momento em que se criar um produto padrão, é possível negociar até em bolsa', completa Lobo.

Os dois selos de certificação existentes no Brasil para produção de madeira são relativos apenas ao cultivo, quando se trata de floresta plantada, e ao manejo em caso de reservas florestais. 'O processo industrial de beneficiamento da madeira não é certificado ainda, mas a tendência é que isso aconteça nos próximos anos. É apenas uma questão de tempo', diz Ana Yang, secretária-executiva do escritório brasileiro do Forest Stewardship Council (FSC), o mais completo sistema de certificação de madeiras do mundo.

O selo ampliou recentemente as restrições para uso de produtos químicos e proibiu completamente o uso de formicidas, herbicidas e inseticidas. 'Não dá mais para ter cultivo comercial certificado. Os plantadores de eucalipto vão se reunir na quarta-feira (hoje) em Piracicaba para decidir o que fazer. Eles não podem mais, por exemplo, controlar formigas', conta o engenheiro florestal Fernando Dantas. Segundo ele, os silvicultores irão pedir uma 'derrogation' (solicitação de extensão de uso por mais um ou dois anos). 'Se não se encontrar uma solução para o impasse, eles vão simplesmente abandonar a certificação. Ficou muito restritivo', diz. O Brasil tem 2,5 milhões de hectares de florestas certificadas apenas de pinus e eucalipto, que valem em torno de R$ 40 bilhões.

OESP, 25/07/2007, Agrícola, p. 11

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