O Liberal-Belém-PA
12 de Jul de 2002
A política de crescimento econômico do Pará, aliada à preservação ambiental, um dos principais desafios enfrentados pelo governo do Estado e por outros segmentos da sociedade, conta agora com um instrumento sofisticado. Começou a funcionar ontem, no prédio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectam), o Centro Estadual de Usuários (CEU) do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam).
Pela manhã, o governador Almir Gabriel, acompanhado de autoridades militares, secretários e assessores, visitou as instalações do CEU, um dos nove centros que funcionarão na Amazônia Legal, abrangendo os Estados do Pará, Amazonas, Acre, Amapá, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão. A estrutura física do CEU do Pará ocupa três salas do primeiro andar da Sectam, envolvendo a participação direta de 30 técnicos que operam equipamentos e aplicativos. Além do CEU, Belém também será sede de um Centro Regional de Vigilância (CRV) do Sivam, ao lado das unidades de Manaus (AM) e Porto Velho (RO).
O CEU é uma unidade integrante do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), ligado ao Sivam, que é um instrumento do governo federal, orçado em 1,3 bilhão de dólares, previsto para operar em sua totalidade em julho de 2003. Trata-se de um banco de imagens obtidas por meio de satélites e aviões especiais. Os dados serão processados e disponibilizados à sociedade, pela internet, e aos órgãos da administração direta do governo do Estado, por meio de um canal de comunicação específico.
Instrumento estratégico para o governo, o CEU vai processar dados que servirão para a tomada de decisões nas áreas de zoneamento ecológico-econômico, vigilância meteorológica, mapeamento e análise da poluição dos rios, planejamento urbano e rural, energia, saneamento e transportes. O CEU também oferecerá informações sobre desmatamentos, incêndios e queimadas, e ainda apontará as tendências de focos de doenças epidêmicas em cada região do Estado.
Precisão - Almir Gabriel destacou a importância do CEU para toda a sociedade, devido à abrangência da área monitorada pelo Sivam, um dos mais modernos projetos ambientais já concebidos em todo o mundo. "Para os governos, é importante porque teremos dados para prevenir, planejar e executar ações. O CEU representa um marco de passagem para um novo tempo, pois teremos dados mais precisos e mais próximos da realidade", afirmou o governador.
O presidente do Sivam, brigadeiro-do-ar Teomar Quírico, que acompanhou Almir Gabriel na visita ao CEU e respondeu às perguntas técnicas feitas pelo governador, disse que este instrumento será fundamental para apoiar os governos dos Estados da Amazônia Legal nas ações voltadas para o desenvolvimento da região e, ao mesmo tempo, garantir a preservação dos recursos naturais. Nesse contexto, ele citou o exemplo da Sectam, que passará a ter subsídios para desenvolver ações de planejamento do uso dos recursos hídricos e das florestas. "Os equipamentos de sensoriamento remoto e de processamento de imagens do CEU estão entre os mais modernos do mundo e vão facilitar ao governo do Estado a tomada de decisões em vários setores", reiterou Teomar Quírico.
O secretário-executivo de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectam), Emanuel Mattos, ressaltou a existência do Laboratório de Sensoriamento Remoto da secretaria, base para integrar as atividades do Sivam às ações do governo. "O satélite tem a facilidade de oferecer informações, tecnologia de informática e sintetizá-las num único núcleo, que é o CEU", disse Emanuel Mattos.
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