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Censo aponta que educação escolar indígena cresceu 40% nos últimos três anos

Radiobrás-Brasília-DF
Autor: Bianca Paiva
21 de Fev de 2006

A educação escolar indígena cresceu 40% nos últimos três anos. Em 2002, havia cerca de 117 mil alunos freqüentando escolas indígenas. Em 2005, o número subiu para 164 mil. Os dados são do Censo Escolar Indígena 2005 divulgados nesta terça-feira (21) pelo MEC - Ministério da Educação.

Segundo o coordenador-geral de educação escolar indígena do MEC, Kleber Matos, esse aumento se deve a um interesse maior dos indígenas pela educação e também por causa de investimentos do governo. "O resultado deve-se em primeiro lugar a pertinácia dos índios reivindicando atendimento escolar de qualidade, estão lutando porque vêem a escola como um instrumento fundamental na construção do futuro, melhor qualidade de vida, melhor condição de diálogo com a sociedade nacional", disse Matos.

"Mas é claro que vem também dos esforços dos governos, do governo federal por meio do MEC que tem investido com bastante regularidade nas escolas indígenas."

Em todo o Brasil, funcionam 2.324 escolas indígenas de ensino fundamental e médio onde trabalham aproximadamente 9.100 professores. Desses, 88 % são indígenas. Dos 164 mil estudantes indígenas, 63,8% estão entre a 1ª e a 4ª séries do ensino fundamental e apenas 2,9% cursam o ensino médio.

De acordo com Kleber Matos, o número de escolas indígenas de ensino médio ainda é pequeno, mas se comparado a 2002 já houve um avanço. "Durante um bom tempo na implantação das políticas de educação escolar indígena privilegiou-se apenas só o funcionamento de escolas de 1ª a 4ª séries. Agora existe a ampliação da oferta do ensino fundamental e a criação de escolas de ensino médio", afirmou.

"Nos últimos anos, conseguimos sair de um numero de poucas escolas de ensino médio, o número ainda é muito reduzido, mas a gente conseguiu um aumento de 300% em relação a 2002", completou o coordenador. O número de escolas com ensino médio passou de 18 para 72 em 2005.

Para Matos, o ensino escolar indígena é de boa qualidade e "exemplar para toda educação nacional", porém, ele aponta problemas na infra-estrutura das escolas. "A gente tem registros de experiências boas, mas também de situações problemáticas na formação do professor indígena, falta de equipamentos e de insumos para o melhor desenvolvimento das aulas", disse. "A população indígena cresce mais do que a média nacional, em alguns casos três vezes mais. Então, é necessário construir novas salas de aula e melhorar a infra-estrutura que se tem."

O coordenador disse também que o Ministério da Educação deve investir neste ano R$ 22 milhões na formação de professores indígenas, produção de material didático e infra-estrutura. Mais R$ 12 milhões estão previstos para compra de merenda indígena e cerca de R$ 2,1 milhões para livros didáticos.

Ele informou ainda que o Fundef - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério vai destinar R$ 140 milhões para o ensino fundamental. "Esses recursos poderão ser ampliados se o Fundeb - Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação for aprovado", comentou.

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