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Caso Cinta-Larga: mato-grossenses estão presos em RO

Diário de Cuiabá-Cuiabá-MT
15 de Out de 2002

As 13 pessoas presas pela Polícia Federal acusadas de formarem uma quadrilha de extração de diamantes da reserva Roosevelt, dos índios cinta-largas, foram transferidas para o presídio Urso Branco, em Porto Velho (RO). A reserva engloba áreas dos estados de Mato Grosso e Rondônia. Entre os presos estão o advogado Avelino Tavares Júnior, de Várzea Grande, e o empresário mato-grossense Renato Marini.

Avelino Tavares, que possui inscrições nas seccionais da OAB de Rondônia e de Mato Grosso, é acusado pela PF de colaborar com a quadrilha na lavagem do dinheiro obtido com a venda dos diamantes. Renato Marini ajudaria financiando o grupo.

Segundo o presidente da OAB/MT, Ussiel Tavares, o advogado teria alegado ao presidente da seccional de Rondônia que foi preso ao atender o chamado de um cliente que estava sendo detido.

As prisões foram efetuadas no sábado pela manhã nos municípios de Cacoal, Vilhena e Pimenta Bueno dentro da operação Diamante Bélgica, comandada pelo delegado César Martinez. Os presos são acusados de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, usurpação do patrimônio público e crime ambiental.

Todas as pessoas detidas foram levadas para Ji-Paraná, onde prestaram depoimento e seguiram no domingo para o presídio. Segundo a PF, alguns caciques também depuseram no inquérito, mas foram liberados em seguida. Servidores públicos e policiais de Rondônia foram citados nos depoimentos e serão investigados.

Com o grupo foram apreendidos 400 diamantes, cerca de R$ 500 mil entre dinheiro e cheques, um avião monomotor PT-EAQ, várias armas entre as quais pistolas 9 milímetros, munição, diversos carros, maquinário para garimpo e até geradores de energia.

Pela quantidade de máquinas de grande porte para extração de minérios, a Polícia Federal avalia que a quadrilha trabalhava em esquema industrial.

Há dois meses, a presidente da União Nacional dos Garimpeiros, Jane Rezende, denunciou, em entrevista ao Diário, a retirada de cerca de US$ 50 milhões mensalmente da região por vias ilegais.

Em relatório encaminhado à Presidência da República, à Câmara Federal e à Funai, a União dos Garimpeiros pediu providências para apurar a conivência de diretores e servidores da própria Funai, Ibama e DNPM na retirada de madeira e minérios da reserva indígena. "Índios e garimpeiros vêm sendo usados como massa de manobra de quadrilhas e grandes empresas internacionais e funcionários públicos", acusou a entidade.

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