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Casamento com não-índios passa pelo crivo de tuxauas

Folha de Boa Vista
30 de Mai de 2008

Tuxauas de várias comunidades indígenas de Roraima são responsáveis por avaliar a união civil entre índios e brancos. O casamento precisa passar pela análise de uma espécie de Conselho Comunitário, como foi batizado o grupo formado por lideranças indígenas em várias regiões do Estado de Roraima.

O líder indígena Júlio Macuxi, ligado ao Conselho Indígena de Roraima, explicou que esse controle já acontece há tempos e se trata de uma questão cultural. No entanto, a decisão de aceitar ou não o branco no meio dos índios seria da comunidade. "Ao querer inserir um branco no nosso meio, ele será avaliado pela comunidade", argumentou.

Segundo Macuxi, no que se refere à união civil envolvendo índios, uma das atribuições do conselho é aconselhar e esclarecer as regras da comunidade ao branco, a fim de garantir a ordem e a tranqüilidade. "O conselho comunitário apenas aconselha e não palpita em nada. A decisão de aceitar ou não é da comunidade", informou.

Caso os indígenas decidam não aceitar a união civil envolvendo índios ou o branco não seguir as regras estabelecidas, Macuxi disse que o branco deve deixar o local e o indígena, se quiser, pode acompanhá-lo. "Tem muitos não-índios morando nas regiões que seguem as regras. Esse controle se trata de uma questão cultural, porque assim como os brancos, não queremos ninguém criando confusão nas nossas comunidades".

Mais uma vez o líder indígena enfatizou que essa é uma ação antiga e visa apenas poupar os indígenas de conviverem com pessoas que atrapalham o desenvolvimento dos indígenas e levam intranqüilidade. Entre as atribuições do Conselho Comunitário, conforme Macuxi, estão a de analisar se as regras estão sendo obedecidas, a atuação dos tuxauas, dos agentes de saúde, dos professores, aconselhamento de moradores, etc.

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