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Carta tentava convencer que madeira era legal

Estado de S. Paulo-SP
Autor: Liana John
04 de Mai de 2002

Segundo o funcionário, foram informações falsas que motivaram as apreensões de mogno

Na carta enviada às autoridades norte-americanas, Randolf Zachow começa dizendo que muitas informações falsas relativas à extração e ao comércio de mogno têm circulado, motivando apreensões e retenção da madeira. Ele segue afirmando que tudo tem origem num "erro", baseado na "informação inconsistente" de que a exploração causa degradação ecológica, econômica e social.

Com uma série de números relativos aos metros cúbicos aprovados em planos de manejo anteriores à suspensão de toda exploração de mogno no País (de outubro de 2001), Zachow pretende demonstrar que a madeira pode ser liberada, argumentando, ainda, que a continuidade da suspensão na exploração está "complicando a situação de muitas companhias (madeireiras)". O próprio funcionário era o responsável pela autorização de muitos planos de manejo suspensos por conter irregularidades.

Ele afirma ainda que a Justiça Federal brasileira havia autorizado a liberação do mogno para exportação - o que é verdade apenas para uma pequena parcela da madeira retida, tendo uma das sentenças judiciais sido revogada em favor do Ibama.

A carta termina afirmando que toda a madeira é legal e foi retirada antes da portaria de outubro de 2001, depois de mostrar que alguns colegas do Ibama "deveriam estar acima de tais flagrantes aberrações e loucuras", referindo-se à contestação da decisão judicial em favor das madeireiras.

Procurado ontem para comentar o caso, Zachow não foi encontrado.

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