VOLTAR

Carta dos Kaiowá Guarani sobre a violência no MS

Cimi-Campo Grande -MS
29 de Jun de 2005

Estamos muito indignados e revoltados pelo assassinato do nosso parente Rodrigo Benites, e mais três feridos a bala e dois torturados, com um olho perfurado e uma mulher grávida espancada. Essa foi mais uma ação violenta e covarde dos jagunços a mando dos fazendeiros que não querem reconhecer a terra tradicional do nosso povo no tekoha Sombrerito, município de Sete Quedas, na manhã do dia 26 de junho. Além disso queimaram um caminhão, mentiram dizendo que tinham liminar na justiça e que nossos parentes do Sombrerito eram paraguaios e de que eram entidades e antropólogos que estavam atrás da reocuparão de nossas terras. Queremos dizer que essas mentiras ofendem nosso povo e tentam enfraquecer a luta pelos nossos direitos.

Estamos cansados de violência e derramamento do sangue de nossos irmãos. Queremos que seja imediatamente instaurado o inquérito e os culpados presos e punidos. Também queremos que o governo Federal e Estadual dêem garantia e condições para nossos parentes possam ficar em sua terra no Sombrerito e que a regularização da terra seja feita rapidamente.

Também queremos que a polícia federal tire as armas dos jagunços, pistoleiros e fazendeiros da região que continuam ameaçando e cometendo esses crimes contra nosso povo.

Nós a Comissão de Direitos Indígenas Kaiowá Guarani e da Comissão Estadual de Direitos Indígenas vamos continuar organizando nossas grandes reuniões as Aty Guasu para colaborar com a garantia dos nossos direitos e vida digna, para que a gente possa viver em paz em nossas terras. Esperamos que o Mato Grosso do Sul não continue sendo conhecido no Brasil e no mundo pela morte das nossas crianças por desnutrição e o assassinato de nossos lutadores.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.