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Carta da Aty Guasy (MS) nos idiomas português, inglês e espanhol

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Autor: Aty Guasu
19 de Fev de 2013

NOTA DA ATY GUASU GUARANI E KAIOWÁ CONTRA GENOCÍDIO

Esta nota do conselho da Aty Guasu guarani e Kaiowá visa comunicar as AUTORIDADES FEDERAIS E CIDADÃOS DO BRASIL E DO MUNDO que a comissão da Aty Guasu fez primeira visitação e levantamento in loco no território em conflito TEKOHA PINDO ROKY-Caarapó-MS em que foi assassinado o adolescente Guarani-Kaiowá no dia 17 de fevereiro de 2013.

Em primeiro lugar, observamos que hoje 19/02/2013, entorno do lugar onde foi sepultado o menino Guarani-Kaiowá assassinado se encontram em protesto pacífico mais ou menos 1.000 (Um mil Guarani-Kaiowá). Várias lideranças religiosas estão organizando um ritual religioso de enterro no local.

Objetivo da prática de cerimônia sagrada de enterro é para evocar os espíritos benéficos do cosmo Guarani-Kaiowá para acalmar os espíritos das violências contras os Guarani e Kaiowá sobreviventes, conforme a crença Guarani-Kaiowá. Eles narram que esse ritual vai durar por muito tempo, solicitando a intervenção das divindades do cosmo nas violências praticadas pelos pistoleiros contra as vidas indígenas. As lideranças idosas e os integrantes Guarani e Kaiowá em manifestação sabem muito bem e confirmam que o risco iminente de serem atacado pelos pistoleiros existe sim. "Estamos sendo cercado e ameaçado pelos jagunços das fazendas". "Aqui já vieram várias polícia civil e militar desde ontem, mas são contra nós, as polícias militares e civis queriam prender todos nós indígenas, querendo levar-nos todos presos." Contaram os Guarani e Kaiowá.

Reunidos no meio de mar de soja, chorando, um líder discursou assim: " no dia 18/02/2013, mais de 1.000 parentes reunimos indignados e constrangidos debatemos o que fazer frente ao assassinado do menino pelos pistoleiros da fazendas". Em geral, avaliamos que nós Guarani-Kaiowá já estamos sendo violentados e assassinados dia-a-dia em todas as partes do Estado de MS, por essa razão, decidimos enterrar o corpo do menino no lugar onde foi assassinado pelos pistoleiros. Nós 1000 indígenas decidido, trouxemos enterrar aqui o nosso menino, ao mesmo tempo, decidimos ficar aqui. Essa aqui é nossa terra antiga! Já voltamos aqui desde ontem, daqui não vamos sair mais!. Se os fazendeiros quiserem matar nós todos, estamos aqui, é para matar todos nós! Aqui vamos todos morrer e ficar juntos com nosso menino aqui, matem nós e enterrem nós todos aqui! Essa terra é nossa mesma e já foi regado de bastante sangue de nosso antepassado Guarani-Kaiowá e continua até hoje regado com sangue de menino Guarani-Kaiowá!, Chega! os fazendeiros mandar matar nós! AGORA CHEGA! PARE DE NÓS MATAR!! OU MATEM TODOS NÓS!! Só aqui estamos 6.000 seis mil Guarani e Kaiowá, vão matar todos nós?

Essas foram palavras de várias lideranças Guarani e Kaiowá de PINDO ROKY. O lugar onde foi enterrado o menino é conhecido pelos Guarani-Kaiowá como TEKOHA PINDO ROKY.

As lideranças e comunidades da Reserva Tey'ikue narram que desde ontem à noite várias caminhonetes das fazendas estão rodando no interior da Reserva, procurando por líderes do protesto. Um líder Kaiowá contou: "em minha casa chegou uma caminhonete às duas horas da madrugada (02:h), chamando me várias vezes," dois homens rondaram a minha casa, já estou sendo ameaçado de morte".

Outras lideranças narraram de modo igual. " Agora, estamos todos ameaçados de morte tanto na aldeia Tey'ikue quanto aqui no acampamento Pindo Roky". "Aqui não tem como controlar a circulação de carros, há várias estradas por onde circulam as caminhonetes. No meio de Reserva Tey'i kue passa a estrada pública intermunicipal"

Por fim, constatamos que os líderes e comunidades Guarani-Kaiowá tanto da aldeia Tey'ikue onde há mais de 6.000 indígenas como no acampamento Pindo Roky em protesto 1000 Guarani-Kaiowá começaram a receber a ameaça de morte desde 18/02/2013. Diante dessa ameaça de morte espalhada pelos fazendeiros, demandamos, com urgência, a presença permanente das seguranças federais na região de Tey'ikue e Pindo Roky. Aguardamos a posição urgente do governo federal e da justiça do Brasil.

Atenciosamente,

Tekoha Guasu Tey'ikue e Pindo Roky, 19 de fevereiro de 2013.
Conselho da Aty Guasu Guarani e Kaiowá contra genocídio.

RELEASE FROM ATY GUASU, GUARANI KAIOWÁ AGAINST THE ETHNIC CLEANSING

This note from the Guarani Kaiowá council, Aty Guasu, aims to communicate the FEDERAL AUTHORITIES AND CITIZENS OF BRAZIL AND THE WORLD that our Aty Guasu commission visited and did the first on-site survey in the conflict Tekohá (territory) of Pindo Roky - in the town of Caarapó in Mato Grosso do Sul State, Brazil - where a Guarani-Kaiowá adolescent was assassinated on February 17th, 2013. First, we state that today, 02/19/2013, around the place where our murdered child was buried, more or less 1,000 (one thousand Guarani-Kaiowá) gather to mourn in a peaceful protest. Several religious leaders are organizing a religious ritual of burial at the site. The purpose of the practice of the sacred burial ceremony, as a Guarani-Kaiowá belief, is to evoke the beneficial spirits of the Guarani-Kaiowá cosmos in order to appease the spirits of violence that haunt the Guarani Kaiowá survivors. They narrate that this ritual will last for a long time, prompting the intervention of the deities in the cosmos above all the violence committed by gunmen against indigenous lives. The elder leaderships and the manifesting members of Guarani and Kaiowá know very well and confirm that there is an imminent risk of being attacked by gunmen there. "We are being surrounded and threatened by gunmen from the farms". "Since yesterday, several civil and military police have come here, but they are all against us Indians, the civil and military police wanted to arrest us all, they all really wanted to arrest us." Tell the Guarani and Kaiowá.

Gathered in the middle of a sea of soybeans, crying, some leaders have spoken: "On 02/18/2013, more than 1,000 outraged and embarrassed relatives have gathered to debate what to do about the boy murdered by gunmen from farms." Basically, we evaluate that the Guarani-Kaiowá ethnic group is being oppressed and murdered on a day-to-day basis in all parts of the Mato Grosso do Sul State, and therefore, we have decided to bury the boy's body in the place where he was assassinated by gunmen. We, united in a number of a 1000 Indians, have brought our boy to be buried here, and at the same time we decided to stay here. This land here is our ancient land! We are already back here since yesterday, and we will NOT leave here anymore! If farmers want to kill us all, we are here, they will have to kill us all! Here we will all die and be together with our boy here, so go right ahead and kill and bury us all here! This is our land and it has already been plentifully soaked with the blood of our Guarani-Kaiowá ancestors; bloodshed that continues today with the blood of our Guarani-Kaiowá boy! We have had enough of farmers killing us! IT'S ENOUGH! STOP KILLING US! OR COME KILL US ALL! Here we have only 1000 (one thousand) Guarani Kaiowá, are you gonna kill us all?"

These were the words of several leaders of Guarani and Kaiowá in Pindo Roky. The land where the child was buried is known as (the Tekohá) Pindo Roky.

The leaders and communities of the Indigenous Reserve Tey'ikue narrate that, since last night (Feb. 16th ), several farm trucks are running inside the reserve, looking for the protest leaders. A Kaiowá leader said: "man have arrived at my house inside a truck at two o'clock in the night (2PM), calling my name several times", "two men have prowled my house, now I'm being threatened with death".

Other leaders narrated equally. "Now, we are all threatened with death both in the Tey'ikue as well as here in Pindo Roky camp". "Here there is no way to control the traffic of cars because there are several roads where the trucks roam. To exemplify, in the middle of the Indigenous Reserve of Tey'i kue, an inter-municipal public road crosses by".

Finally, we reinforce that both Guarani-Kaiowá leaders and communities either in Tey'ikue , where there are more than 6,000 indigenous people, or in the Pindo Roky camp where a 1000 protesters gather, began to receive death threats on 02/18/2013. Faced with this death threat spread by farmers, we demand with urgency, the permanent presence of federal security guards in the area of Tey'ikue and Pindo Roky. We await a positioning of the Federal Government, and urgently expect justice in Brazil.

Sincerely,

Tekoha Guasu Tey'ikue and Pindo Roky, February 19th , 2013.
Council of Aty Guasu, Guarani and Kaiowá against the genocide.

NO IDIOMA ESPANHOL
NOTA DEL ATY GUASU GUARANÍ Y KAIOWÁ CONTRA EL GENOCIDIO.

Esta nota del Consejo Aty Guasu guaraní y kaiowá tiene como objetivo comunicar a las AUTORIDADES FEDERALES Y CIUDADANOS DEL BRASIL Y DEL MUNDO que la Comisión del Aty Guasu realizó la primera visita y reconocimiento en el lugar del territorio en conflicto TEKOHA PINDO ROKY-Caaparó-MS, donde fue asesinado el adolescente Guaraní y Kaiowá el día 17 de febrero de 2013. En primer lugar, observamos que hoy 19/02/2013, en los alrededores del lugar donde fue sepultado el joven Guaraní-Kaiowá asesinado se encuentran en protesta pacífica aproximadamente 1.000 (un mil Guaraní-Kaiowá). Varios líderes religiosos están organizando un ritual religioso de entierro en el lugar. El objetivo de la práctica de la ceremonia sagrada de entierro es evocar a los espíritus benéficos del cosmo Guaraní-Kaiowá para calmar a los espíritus de las violencias contra los Guaraní-Kaiowá. Ellos comentan que este ritual va a durar por mucho tiempo, solicitando la intervención de las divinidades del cosmo en las violencias practicadas por los pistoleros contra las vidas indígenas. Los líderes ancianos y los integrantes Guaraní-Kaiowá en manifestación saben muy bien y confirman que el riesgo inminente de ser atacados por los pistoleros sí existe. "Estamos siendo cercados y amenazados por los pistoleros de las haciendas". "Aquí ya vinieron varios policías civiles y militares desde ayer, pero están contra nosotros, los policías militares y civiles querían tomarnos a todos nosotros los indígenas, queriendo llevarnos a todos presos". Comentaron los Guaraní y Kaiowá.

Reunidos en un medio de mar de soja, llorando, un líder dijo así: "el día 18/02/2013, más de 1.000 parientes nos reunimos indignados y compungidos, debatimos qué hacer frente al asesinato del joven por los pistoleros de las haciendas". En general, evaluamos que nosotros Guaraní y Kaiowá ya estamos siendo violentados y asesinados día a día en todos los lugares del Estado de MS, por ese motivo, decidimos enterrar el cuerpo de nuestro joven en el lugar donde fue asesinado por los pistoleros. Nosotros, 1.000 indígenas decididos, trajimos para enterrar aquí a nuestro joven, al mismo tiempo, decidimos quedarnos aquí. Esta es nuestra antigua tierra! Ya volvimos aquí desde ayer, de acá no vamos a salir más! Si los hacendados nos quieren matar a todos, estamos acá, y para que nos maten a todos! Acá vamos a morir todos y estaremos juntos con nuestro joven acá, mátennos y entiérrennos a todos acá! Esta tierra es nuestra y ya fue regada de demasiada sangre de nuestros antepasados Guaraní-Kaiowá y continúa hasta hoy, regada con la sangre de nuestro joven Guaraní-Kaiowá. VENGAN! Los hacendados a matarnos a todos! AHORA VENGAN! PAREN DE MATAR!! O MÁTENNOS A TODOS!! Sólo acá estamos 6.000 Guaraní y Kaiowá, nos van a matar a todos?

Esas fueron las palabras de varios líderes Guaraní y Kaiowá de PINDO ROKY. El lugar donde fue enterrado el joven es conocido por los Guaraní-Kaiowá como TEKOHÁ PINDO ROKY.

Los líderes y comunidades de la Reserva Tey´ikue narran que desde ayer a la noche varias camionetas de las haciendas están circulando en el interior de la Reserva, buscando a los líderes de la protesta. Un líder Kaiowá dijo: "en mi casa llegó una camioneta a las dos de la madrugada, llamándome varias veces", "dos hombres rodearon mi casa, ya estoy siendo amenazado de muerte",

Otros líderes dijeron algo igual: "Ahora, estamos todos amenazados de muerte tanto en la aldea Tey´ikue como aquí en el campamento Pindo Roky". "Acá no tenemos cómo controlar la circulación de los vehículos, hay varias calles por donde circulan las camionetas. En medio de la Reserva Tey´i kue pasa la carretera pública intermunicipal".

En resumen, constatamos que los líderes y comunidades Guaraní-Kaiowá, tanto de la aldea Tey´ikue donde hay más de 6.000 indígenas como en el campamento Pindo Roky en protesta, 1.000 Guaraní-Kaiowá comenzaron a recibir amenazas de muerte desde el 18/02/2013. Frente a esas amenazas de muerte divulgadas por los hacendados, demandamos, con urgencia, la presencia permanente de las fuerzas de seguridad federales en la región de Tey´ikue y Pindo Roky. Esperamos la respuesta urgente del Gobierno Federal y de la Justicia de Brasil.

Atentamente

Tekoha Guasu Tey´ikue y Pindo Roky, 19 de febrero de 2013.
Consejo del Aty Guasu Guaraní y Kaiowá contra el genocidio

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