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Carrefour vende peixes da Amazônia no Sudeste

Gazeta Mercantil do Norte-Belém-PA
Autor: Wilson Nogueira
28 de Nov de 2001

Os peixes surubim, dourado e filhote, capturados em rios da Amazônia, serão vendidos, a partir da próxima semana, nas lojas do Carrefour em São Paulo e Rio de Janeiro. A expectativa do grupo é pela imediata aprovação dos consumidores nos dois estados, a exemplo do que ocorreu nas lojas de Brasília e Goiás, cujos resultados estimularam a ampliação do envio das espécies para as duas maiores praças da rede no País.
Brasília e Goiás consomem hoje 12 toneladas dos três peixes por semana. Para São Paulo e Rio de Janeiro serão enviadas 50 toneladas por semana, inicialmente. Dentro de um ano, cada uma dessas praças deverá consumir pelo menos 60 toneladas por semana, segundo avalia o diretor de lojas da rede em Manaus, Walmir Figueiredo. Em breve, o pescado amazônico estará, também, nos supermercados do grupo em Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul.
As três espécies - todas sem escama - têm consumo baixo entre os habitantes do Amazonas, que preferem peixes com escama. Em Manaus, com cerca de 1,5 milhão de habitantes, são desembarcadas 300 toneladas de pescado por dia. Uma quantia irrisória de peixes sem escama é comercializada nas feiras e mercados da cidade, segundo o delegado do Ministério da Agricultura em Manaus, Jamil Tuffi Sarmento Nicolau.
Por conta de uma supersafra de pescado no rio Amazonas, o Ministério da Agricultura acaba de autorizar a exportação de 950 toneladas de peixes - maior parte sem escamas - para o Canadá, Colômbia e Venezuela. A safra ocorre durante a vazante dos rios da região, que se estende de setembro a novembro. "Hoje há falta de frigorífico para armazenar tanto pescado. A exportação desafoga os existentes", explica Nicolau. No Amazonas funcionam hoje sete frigoríficos habilitados pelo Ministério da Agricultura, mesmo assim o desperdício é alto e ocorre mais durante o transporte.
As exportações realizadas pelo Carrefour podem criar um mercado interno para os peixes sem escamas capturados no Amazonas. O surubim, o dourado e o filhote, pelo nível de aprovação em Brasília e Goiás, podem estimular o consumo doméstico de outras espécies abundantes no Amazonas, que hoje chegam aos Estados Unidos e ao Canadá por meio de exportações da Colômbia e da Venezuela. Em Manaus, as três espécies são vendidas a R$ 9,90 por cada quilo; em Brasília, Goiânia, São Paulo e Rio de Janeiro, por R$ 13,90. A espécie concorrente do "surubim do Amazonas", o "pintado do Pantanal", chega ao consumidor do Carrefour por R$ 16,99 o quilo.
Figueiredo assegura que o Carrefour tem como proposta criar mercados para produtos das regiões em que atua e que tenham escala de produção. A rede oferece uma espécie de intercâmbio comercial entre produtos regionais. Produtos hoje encontrados apenas nas gôndolas de Manaus poderão ser vistos, em breve, nas lojas de outras praças. Conforme Figueiredo, a exportação de pescado é apenas o começo. Há lojas da rede que vendem produtos regionais de todas as regiões do País.
Marca
A partir do dia 5, cerca de 400 itens da marca Carrefour estarão nas gôndolas das três lojas da rede em Manaus. Os produtos - desde óleo de soja a eletrodomésticos - são mais baratos, em média, 15% em relação aos das marcas líderes de mercado. Pelo menos 20% dos espaços das lojas serão ocupados com produtos de marca do grupo. A expectativa é de que as vendas nas três lojas de Manaus aumentem em 40% em dezembro em relação à média mensal dos últimos 11 meses.
Além da novidade da marca própria, o grupo lançará na cidade um tablóide com 500 itens de produtos, que poderão ser adquiridos por pagamentos em até 15 meses, com juros de 2,69% ao mês ou em 12 vezes, com juros de 1,99% ao mês. "São juros inferiores aos praticados pelo mercado, que variam entre 5% e 6% ao mês", disse Figueiredo. Cerca de 35% dos clientes da rede são assinantes do Cartão Carrefour.

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