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Cantareira manda mais água para o interior de SP

OESP, Metrópole, p. A21
12 de Set de 2017

Cantareira manda mais água para o interior de SP
Estiagem no interior paulista exigiu ampliação de vazão, em situação oposta à vivida na crise hídrica; sistema está com 85,57% da capacidade

Por causa da estiagem, o Sistema Cantareira, que abastece grande parte da região metropolitana de São Paulo, está liberando mais água para abastecer as regiões de Campinas, Jundiaí e Piracicaba, no interior paulista. Desde o dia 6, a vazão enviada do Cantareira para as Bacias de Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) aumentou de 7 metros cúbicos por segundo para 9,25 m³/s. Os 2,25 metros cúbicos adicionais por segundo compensam em parte a forte redução nas vazões dos rios que abastecem essa região do interior, causada pela falta de chuvas e pelo calor atípico deste fim de inverno.
O aumento na vazão que sai do Cantareira foi autorizado pela câmara técnica de monitoramento hidrológico dos comitês das Bacias PCJ, com base nos limites de segurança fixados pela Agência Nacional de Águas (ANA) para garantir o abastecimento de 32 municípios dessas regiões. Ontem, o Sistema Cantareira tinha nível de 85,57%, considerado excelente.
Em 2014, durante a crise hídrica que levou o Sistema Cantareira à quase exaustão, aconteceu o processo inverso. Para garantir o abastecimento da região metropolitana, foi reduzida a liberação de água para o interior, o que afetou o abastecimento de várias cidades.
Agora, a água a mais já melhorou a situação do Rio Atibaia, responsável pela maior parte do abastecimento de Campinas, que vinha enfrentando quedas sucessivas na vazão. Na tarde de ontem, estava 11,32 metros cúbicos por segundo, praticamente a mesma vazão do dia 6, quando a liberação foi iniciada. O Rio Jaguari, que forma o Piracicaba e abastece cidades como Americana, estava com 5,93 m3/2, mantendo a vazão da semana passada, embora abaixo da média histórica do mês, que é de 12,40 m3/s. Pelas regras da nova outorga do Cantareira, que estão valendo desde junho último, para o período seco que vai até o início de novembro, as Bacias PCJ têm direito a retirar dos reservatórios do sistema até 10 m3/s.

Rio seco. O aumento na liberação de água do Cantareira só não melhorou a situação do Rio Piracicaba, o mais importante da região e que sofre com a estiagem. A vazão, que no dia 6 era de 31,73 m3/s, tinha caído para 21,82 m3/s na tarde de ontem, o valor mais baixo deste ano.
O manancial tinha pouco mais de um terço de sua vazão histórica para setembro, que é de 60,79 m3/s. No trecho em que o rio corta a área urbana de Piracicaba, já surgiram bancos de areia e o leito rochoso está à mostra. A cachoeira, principal atração turística da cidade, agora se resume a alguns fios de água. Em quase toda a extensão da queda, as pedras ficaram visíveis.

OESP, 12/09/2017, Metrópole, p. A21

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