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Candidatos e ambiente: as idéias

Jornal da Tarde-São Paulo-SP
Autor: Liana John
23 de Set de 2002

Enquete feita pela Agência Estado e pela entidade WWF-Brasil comprova que os políticos não debatem o tema, mas também não o ignoram

Os temas ambientais estiveram praticamente ausentes dos debates, das entrevistas e dos bate-bocas entre os candidatos à Presidência da República. Assuntos da ordem do dia, como Amazônia, eventualmente foram tratados por um ou outro, mas a preocupação com o problema em termos mais amplos é marginal e relacionada a impactos de atividades econômicas e propostas de desenvolvimento.

A exceção é Luís Inácio Lula da Silva, que lançou um programa específico em junho passado, e incorpora o conceito de sustentabilidade a várias propostas sócio-econômicas. Tal ausência não significa, no entanto, que os candidatos desconsideram o meio ambiente ou não saibam como enfrentar os principais desafios ambientais do País. Provocados por uma enquete, elaborada pela Agência Estado e pela entidade ambientalista WWF-Brasil, os quatro presidenciáveis mais bem colocados nas pesquisas demonstraram que têm respostas.

Algumas delas são inovadoras ou alinhadas com os conceitos ambientais mais avançados. Deslizes até foram cometidos, como a falta de proposta de José Serra para mudanças climáticas, questão por ele considerada resolvida apenas com a redução de desmatamentos e queimadas e controle da poluição. Ou a confusão da equipe de Ciro Gomes, entre ecoturismo e turismo de massa, cujo franco acesso aos parques nacionais - conforme proposto - seria desastroso.

Outras respostas revelam certo desconhecimento, como é o caso de Anthony Garotinho, em relação ao ordenamento territorial. E ainda há a opção por esquecer o problema ambiental em função da prioridade social, como faz Lula na questão da ocupação de áreas de preservação permanente por favelas. Mas, no balanço final, o saldo de promessas é positivo.

Na avaliação dos técnicos do WWF-Brasil, há muitas idéias novas dos quatro candidatos, em meio a várias obviedades e questões que ainda aguardam uma resposta convincente. Mesmo quando são propositivos, os candidatos não explicam, na maioria dos casos, como vão executar o que propõem. Isso indica, no entender dos técnicos, que os respectivos programas ainda precisam amadurecer.

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