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Campanha une esforços para recuperação da área do Xingu

Adital
27 de Out de 2004

Campanha une esforços para recuperação da área do Xingu

Benedito Teixeira

Adital - Índios, fazendeiros, governantes, trabalhadores rurais, assentados, pesquisadores e representantes de Organizações Não Governamentais (ONGs) começaram oficialmente a unir esforços para proteger e restaurar a área em torno do rio Xingu, em Mato Grosso. Durante o Encontro Nascentes do Rio Xingu, que foi realizado até hoje no município matogrossense de Canarana, os participantes estão anunciando o início da campanha em defesa das nascentes e matas ciliares do rio que, nos últimos, teve cerca de 200 mil hectares degradados.

O coordenador da campanha pelo Instituto Socioambiental (ISA), Márcio Santilli, disse, em entrevista a Adital, direto de Canarana, que essa é uma campanha diferente porque une as demandas de setores distintos, mas que estão preocupados com os efeitos da degradação no Xingu. O grito de alerta partiu dos indígenas, que denunciaram a contaminação e redução do volume de água do rio, a poluição e a mortandade de peixes. Tudo isso, acarretado pela degradação das matas ciliares e nascentes e, conseqüentemente, pelo assoreamento das margens do rio. Cerca de 14 etnias indígenas vivem no Xingu, totalizando 5 mil pessoas. "Essa degradação foi ocasionada ao longo da história pela atividade pecuária, que acabou com as matas para facilitar o acesso do gado à água do rio", explica o coordenador.

Segundo Santilli, as principais demandas são uma linha de financiamento para recuperar as áreas degradadas, políticas públicas para solucionar o problema dos assentamentos, 21 ao todo, e para prover os 13 sedes urbanas da área com saneamento básico. A linha de financiamento servirá para os proprietários rurais, donos de grandes latifúndios, possam investir na recuperação de suas terras.

Ao todo, 280 pessoas estão presentes do Encontro. Hoje, elas foram subdivididas em cinco grupos - representantes dos municípios, pesquisadores e ONGs, trabalhadores rurais e assentados, proprietários rurais e índios - para que cada um trate de fazer propostas para o seu segmento. "A campanha terá dinâmicas próprias de cada setor que procurarão aumentar a interlocução com os órgãos públicos para atender às demandas", afirma Santilli, acrescentando que a campanha também deverá ser levada aos grandes centros urbanos do país. Uma agenda de atividades também está sendo elaborada, pelo menos até o final do próximo ano.

Ontem, os participantes do Encontro se reuniram também para escolher um nome para campanha. Hoje, aconteceu uma plenária, de onde saiu um documento com as propostas e uma carta.
Jornalista da Adital

Adital, 27/10/2004

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