CB, Brasil, p. 17
03 de Mar de 2004
Caiovás exigem terras em Mato Grosso do Sul
Índios caiovás de quatro aldeias fazem protestos e reivindicam terra no Mato Grosso do Sul. Eles bloquearam ontem a rodovia BR-364, no sudoeste do estado, provocando oito quilômetros de congestionamento, entre os municípios de Bela Vista a Antônio João, a 450 quilômetros de Campo Grande.
Os indígenas exigem a ampliação da área ocupada pela aldeia Nhanderu-Marangatu, em Antônio João. Na segunda-feira, os índios convocaram o chefe de Patrimônio e Meio Ambiente da Fundação Nacional do Índios Cleomar Vaz Machado e o mantiveram refém durante todo o dia.
Em Ponta Porã, na divisa com o Paraguai, outra tribo de caiovás, que vive na aldeia Lima Campo, quer de volta as terras dos antepassados no município. Na madrugada de segunda-feira, eles atacaram com pedaços de madeira e flechas um carro da Polícia Federal. Cinco pessoas foram presas pela PF, entre elas, um padre da Igreja Católica e um professor, cujos nomes estão sendo mantidos em sigilo. Os detidos são suspeitos de incitar os índios a invadir fazendas e a bloquear rodovias, entre outros protestos violentos.
Em Dourados, a 220 quilômetros de Campo Grande, os caiovás da aldeia Panambizinho estão prontos para tomar as 38 propriedades rurais no distrito de Panambi. São imóveis titulados durante o governo Getúlio Vargas, atualmente identificadas como áreas indígenas, que devem ser entregues aos índios no dia 30.
Depois dessa data, os índios - que estão praticamente confinados em 60 hectares - garantem que vão entrar nas terras. A preocupação dos líderes indígenas quanto ao cumprimento do prazo é pelo fato de o governo federal ainda não ter anunciado uma nova área para assentar os colonos, que se recusam a deixar as propriedades caso não sejam reassentados nem recebam a indenização pelas benfeitorias, conforme acordo feito com a União, por intermédio do Incra e da Funai.
CB, 03/03/2004, Brasil, p. 17
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