Correio do Povo-Porto Alegre-RS
14 de Jan de 2003
Crianças já ficaram até três dias sem alimentação
Um grupo de 33 índios Caingangues, sendo 19 crianças e 14 adultos das reservas da Serrinha, em Alto Recreio, e de Nonoai está morando em situação precária nas margens da BR 386, próximo ao trevo de acesso ao centro de Carazinho. Em sete barracos armados com lona, eles vivem com pouca alimentação e nenhuma infra-estrutura. A água para consumo é buscada em um posto de gasolina distante 600 metros do acampamento. Para o banho são obrigados a percorrer mais de 800 metros para chegar a uma sanga. O banheiro também é improvisado no meio do mato.
O pouco de alimento que conseguem comprar provém da renda do artesanato, como balaios coloridos, que são vendidos no centro da cidade. Segundo os índios, a maior parte do valor que recebem é gasta na compra das tintas para pintar a matéria-prima utilizada nos balaios. 'Já ficamos três dias sem vender nada. Quando isto acontece, falta comida para as crianças' conta Lurdes Joaquim, mãe de quatro filhos. Mas o maior medo dos índios é o risco de vida que as crianças correm, pois o acampamento fica a menos de 30 metros de um dos pontos mais movimentados da BR 386.
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